Enquanto a direção do Santander comemora os altos lucros auferidos no Brasil, para os bancários brasileiros sobram demissões. O balanço do último trimestre divulgado na quarta-feira 28 mostra que o banco espanhol fechou 2.301 postos de trabalho entre setembro do ano passado e o mesmo mês deste ano.
Ao mesmo tempo, o número de agências e postos de atendimento caiu e a quantidade de clientes aumentou, o que mostra que a sobrecarga de trabalho dos bancários ficou ainda maior.
No mesmo balanço, o Santander anuncia que lucrou no Brasil R$ 1,47 bilhão no terceiro trimestre deste ano, 92% a mais que no mesmo período do ano passado, segundo dados ajustados às normas contábeis internacionais da IFRS (International Financial Reporting Standard).
“É uma vergonha, o balanço mostra claramente que o banco está obrigando os bancários a trabalharem mais. O que torna ainda mais revoltante e frustrante a PLR rebaixada que o banco pagou. Recebemos um dos piores adicionais de PLR do sistema financeiro e o Santander ainda é o banco que mais demite no Brasil. A direção perdeu uma grande oportunidade de valorizar seus trabalhadores e de mostrar que seu discurso é verdadeiro quando diz que o maior patrimônio da empresa são os bancários”, ressalta a diretora do Sindicato Rita Berlofa.
A dirigente destaca que o fechamento de postos de atendimento também contraria o discurso da alta cúpula do banco, que promete abrir 600 agências no Brasil até 2013.
O balanço
O Sindicato ainda está analisando o balanço do Santander e divulgará um posicionamento em breve. “Mas o que dá para perceber é que o banco aumentou o provisionamento para crédito duvidoso em 15,6% no trimestre, enquanto a carteira de crédito caiu 0,9%. Isso é uma incoerência, o que justifica esse aumento no provisionamento?”, questiona Rita.
Audiência pública
A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público e a Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados marcaram para a próxima quinta-feira 5 audiência pública para ouvir o presidente do Santander Brasil, Fábio Barbosa, sobre demissões de trabalhadores e descaso com aposentados do banco.