Em rodada de negociação específica, realizada nesta terça-feira (26), entre os representantes dos trabalhadores e do Bradesco, foram debatidos os temas relacionados à saúde e condições de trabalho.
No período da manhã, foi abordado o tema sobre retorno ao trabalho. Este assunto faz parte de um acúmulo de discussões feitas anteriormente, do qual será construído um documento para um possível acordo com o banco. A preocupação com este tema está relacionada com o fato de quando o trabalhador se encontra adoecido e quando o mesmo precisa voltar ao local de trabalho. “Quando este fato acontece, o trabalhador não se sente acolhido pelo banco e muitas vezes os gestores não sabem atuar em tal situação”, explicou o coordenador da COE do Bradesco, Gheorge Vitti.
Neste processo de discussão, vários pontos foram abordados, como a garantia de participação e acompanhamento do programa pelo movimento sindical, bem como o conhecimento de onde estão os trabalhadores e quem são. “Entre outros pontos, foi destacado também a questão de como ficará a jornada deste trabalhador quanto ao seu retorno, ou seja, será feita de forma gradativa, assim como as metas?”, indagou a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e membro do GT de Saúde, Sandra Regina.
Outra questão destacada sobre o assunto foi a de que o programa seja de caráter voluntário e de que somente os trabalhadores que estão de alta do INSS, e que não estejam em processo de reabilitação, possam fazer parte do mesmo. Para ser melhor avaliado a viabilidade do programa foi proposto que sejam realizadas reuniões semestrais.
Diante dos apontamentos, o banco ficou de verificar com as áreas atinentes ao tema e o GT dará continuidade no assunto em data oportuna.
“Foi importante a retomada do GT que discutiu sobre o retorno ao trabalho, pois o funcionário, quando adoece, precisa se sentir fortalecido no ambiente de trabalho, até mesmo porque, às vezes a origem de seu adoecimento se deu lá”, frisou Ademir Vidolin, membro do GT e da COE do Bradesco.
Cláusula 57
Na parte da tarde, foi a vez do GT que discutiu o desenvolvimento de programas para a melhoria contínua das relações de trabalho nos bancos.
O banco fez uma apresentação aos membros do GT sobre as questões que acredita que contemplam as premissas desenvolvidas na cláusula 57, que são: comunicação, saúde e ambiente de trabalho. Também discorreu sobre a incorporação dos temas nas soluções existentes, bem como criou um módulo específico para lideranças.
Dentro das soluções existentes apresentadas pelo banco, se encontram cursos presenciais e a distância, contendo temas como saúde mental; comunicação; liderança; organização do trabalho; feedback; cartilhas de ‘LER/DORT’; técnicas de liderança; autogestão para líderes; entre outros.
Já no módulo específico, o banco apresentou temas como capital humano; a importância da saúde para alavancar os resultados e sustentabilidade do negócio; desenvolver e cuidar das pessoas; refletindo sobre o dia a dia; fortalecendo o vínculo e confiança; entre outros.
“O trabalhador deve ser visto pela empresa, não apenas como ferramenta de seu lucro, mas sim como parte integrante no aprimoramento constante das melhorias no método de produção”, explicou Gustavo Moreno Frias, diretor de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários de Campinas e membro do GT.
De acordo com os dirigentes sindicais este GT é importante uma vez que aborda os principais problemas que afetam a saúde do trabalhador bancário, pois dialoga desde às condições no ambiente de trabalho até a forma de cobrança das metas.
Assim como no GT de retorno ao trabalho, uma nova data será marcada em breve para o GT referente a cláusula 57.