Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, referentes aos sete primeiros meses de 2015, mostram que o número de roubos a bancos aumentou em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e julho foram registrados 111 crimes deste tipo, contra 100 no mesmo período de 2014, um aumento de 11%. Somente na capital foram verificados 54 roubos até o final de julho, contra 45 em 2014, um crescimento de 20%.
Segundo o diretor jurídico do Sindicato, Carlos Damarindo, o governo paulista e as instituições financeiras possuem responsabilidade neste aumento, uma vez que não investem o suficiente em segurança.
“Por parte do governo não há investimento adequado em inteligência e investigação, e os bancos descumprem a lei e aplicam pouco dos seus lucros bilionários em medidas de segurança”, critica. “Além dos roubos em agências, bancários e seus familiares sofrem com sequestros e extorsões. Já os clientes também estão sujeitos às famosas ´saidinhas´. Estes crimes não aparecem nas estatísticas de roubos a bancos”, acrescenta.
Falta investimento
De acordo com dados do Dieese, os cinco maiores bancos que atuam no Brasil (Itaú, BB, Bradesco, Caixa e Santander) tiveram lucros de R$ 60,3 bilhões em 2014. Por outro lado, investiram R$ 3,7 bilhões em segurança, o que representa apenas 6,1% dos seus lucros.
Além de aplicarem parcela mínima de seus lucros, os bancos desrespeitam sistematicamente a lei federal 7.102/83 que, apesar de defasada na avaliação do movimento sindical, é o marco para normas de segurança em instituições financeiras e empresas de vigilância e transporte de valores.
Em 2014, durante reuniões do Ccasp (Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada), a Polícia Federal aplicou R$ 19 milhões em multas contra 21 bancos, por desrespeito à lei 7.102/83.
Reivindicações
Para garantir a integridade física e mental dos bancários, clientes e usuários, o Sindicato apresentou à federação dos bancos (Fenaban), no contexto da Campanha Nacional Unificada 2015, uma série de reivindicações relacionadas à segurança.
Entre as principais estão: abertura e fechamento remoto de agências; instalação de biombos nos caixas; melhor atendimento aos bancários e demais vítimas de assaltos; fim da revista de funcionários; extinção das tarifas para transferências via DOC e TED; e a permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários.
“Segurança é uma das prioridades da categoria. Os bancos não estão dando importância à vida dos trabalhadores. Os bancários não podem continuar colocando suas vidas em risco todas as vezes em que vão trabalhar”, defende Damarindo.