Quem passava pela Rua Libero Badaró, no centro de São Paulo, por volta das 11h desta terça-feira 20 percebeu um movimento inusitado: dezenas de trabalhadores abandonando as dependências do Complexo São João do Banco do Brasil.
Os funcionários da maior concentração do BB na capital paulista atenderam à convocação do Sindicato e paralisaram as atividades por mais de uma hora em protesto contra a intransigência da instituição financeira que não apresenta proposta para um novo plano de carreira.
> Fotos: galeria com imagens da manifestação
“Os bancários deram uma grande demonstração de força e mandaram um claro recado de que não suportam mais essa enrolação”, diz o diretor do Sindicato Cláudio Vanderlei da Rocha, acrescentando que a mobilização vai continuar também em outros locais de trabalho.
O protesto integrou as manifestações do Dia Nacional de Luta. “Nos próximos dias teremos negociações com a direção do BB para tratar de diversas questões. São pendências que precisam ser resolvidas o quanto antes”, acrescenta Cláudio Rocha.
Negociação
A primeira reunião específica para tratar de saúde e condições de trabalho ocorre na terça-feira 27. Na pauta haverá debates sobre PCMSO, afastamentos por licença saúde e QVT/Ecoa.
No dia 28, a negociação abordará todas as questões debatidas nas mesas temáticas, além de outras reivindicações. Os bancários vão cobrar a implantação do plano odontológico, dos Comitês de Ética (de combate ao assédio moral) e do Sesmt.
No dia 29, haverá nova rodada para discutir pontos do Plano de Cargos e Salários entre eles: categorias de funcionários, piso salarial, pontuação por antiguidade, pontuação pela experiência no cargo ou função, progressão horizontal e interstícios.
O atual plano de carreira dos funcionários do BB foi imposto pela direção da instituição financeira em 1997, sob o governo de Fernando Henrique Cardoso. Um dos principais problemas está no desrespeito à jornada de seis horas e na lógica do piso salarial rebaixado junto com a valorização exclusiva das funções comissionadas, o que abre brechas para a prática de assédio moral.