Vigilantes cobram proposta decente das empresas e ampliam mobilização
Em uma grande Assembleia Geral realizada na noite desta quarta-feira (21), os vigilantes do Distrito Federal aprovaram greve por tempo indeterminado por unanimidade.
A categoria ficou indignada com as propostas patronais que apontam um grande retrocesso e sempre afirmamos que não aceitaremos retroceder em cláusulas da CCT, principalmente aquelas que são muito importantes para os vigilantes e que foram conquistadas com muita luta.
Dentre as proposta patronais que apontam retrocesso, estão a criação da figura do vigilante horista, uma forma de acabar com as horas extras e explorar o vigilante que se submeter a esse regime de trabalho escravo, pois trabalhará todos os dias e ganhando bem abaixo do piso salarial.
Outra proposta foi a de acabar com a estabilidade de 90 dias para os vigilantes que voltam do benefício do INSS por motivo de doença ou acidente.
O Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal denuncia, que antes dessa cláusula, o vigilante voltava do benefício e era imediatamente demitido, pois a maioria dos patrões não aceita que o vigilante fique doente, justamente no momento em que ele mais precisa de apoio, essa estabilidade é fundamental para a sua total recuperação.
Apoio dos Bancários
A mobilização dos vigilantes conta com o apoio do Sindicato dos Bancários de Brasília. Os bancários também chamam a atenção para a falta de segurança nas agências e cobram das instituições financeiras o cumprimento da Lei 7.102/83, que trata de segurança privada e obriga a presença de vigilantes em agências bancárias.
De acordo com a lei, ‘é vedado o funcionamento de qualquer estabelecimento financeiro onde haja guarda de valores ou movimentação de numerário, que não possua sistema de segurança com parecer favorável à sua aprovação, elaborado pelo Ministério da Justiça, na forma desta lei’.
“Diante da grande adesão ao movimento paredista, que é legítimo, os vigilantes têm o nosso apoio e exigimos que os bancos cumpram a lei, e que as agências bancárias não funcionem sem a presença do profissional de segurança. Nossa preocupação é com a vida dos bancários, dos clientes e dos usuários das agências bancárias”, afirma a secretária-geral do Sindicato, Cida Sousa.
Por conta da paralisação, a orientação é que os bancários das agências do Distrito federal também evitem realizar serviços internos.
Em virtude da greve dos vigilantes, o Sindicato encaminhou ofícios aos bancos exigindo o cumprimento da Lei 7.102/83 e também à Polícia Federal solicitando fiscalização nas agências bancárias que estão funcionando sem vigilantes.