A Contraf-CUT protocolou, nesta quarta-feira (17), na Procuradoria Geral da República um pedido de investigação contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) por suas declarações injuriosas, preconceituosas e discriminatória em sua palestra no Clube Hebraica, no dia 3 de abril, com uma plateia de 300 pessoas, no Rio. Segundo ele, se eleito, não haverá um centímetro demarcado para reservas indígenas e quilombolas. "Fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gastado com eles", disse o deputado na ocasião comparando as pessoas pertencentes a comunidades negras a um animal, que tem massa corporal medida através de arrobas.
Ao longo do seu mandato, Bolsonaro tem feito essas declarações de ódio. Para Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, está na hora das entidades civis organizadas darem uma resposta as atitudes insanas desse parlamentar. “Depois de mais de trezentos anos de escravidão, a população negra continua sendo vítima de preconceito e discriminação todos os dias, no mercado de trabalho é discriminado na contratação e na ascensão profissional, em média ganha menos que um trabalhador branco, e exercem as funções mais precarizadas. A mulher negra é a que mais sofre violência doméstica. Por isso a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro assumiu esse papel de formalizar o pedido de investigação, extrapolamos as fronteiras de nossas reivindicações e assumimos esse papel cidadão, as declarações maculam a imagem de 54% da população brasileira composta por negros e negras ”, afirmou.
“Mesmo com a nossa luta para mudar esse quadro, surge um parlamentar fazendo declarações racistas. A Contraf-CUT está fazendo essa denúncia, já que tais declarações ferem o artigo 20, parágrafo 2.º da Lei 7.716/89 que Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Lutamos por mais contratação de negros e negras no sistema financeiro e vamos colocar todos os esforços na luta contra o preconceito no trabalho e na vida”, completou Almir Aguiar.