Justiça francesa condenou cliente por sonegação fiscal e lavagem de dinheiro
A investigação do caso conhecido como Swissleaks resultou nesta segunda-feira 13 em sua primeira condenação. O caso aconteceu na França, onde uma corte de Paris condenou a três anos de prisão uma herdeira do negócio de moda e perfume Nina Ricci.
Arlette Ricci, de 73 anos, é neta da renomada designer e foi considerada culpada por sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Sua pena poderá ser suspensa após um ano e o pagamento de US$ 1,1 milhão em multas.
Ela foi julgada por esconder mais de US$ 22 milhões das autoridades tributárias francesas por meio de contas bancárias e instituições baseadas no Panamá.
Arlette também terá quatro propriedades, no valor de US$ 4 milhões, confiscadas. Sua filha, Margot Vignat, de 51 anos, também foi condenada e terá de pagar 100 mil euros em multas ao governo francês.
O escândalo que envolve diversos países também é investigado no Brasil, mas com atraso. Enquanto governos europeus já tinham em mãos informações importantes e tentavam reaver o dinheiro desviado em crimes financeiros, órgãos fiscais nacionais ainda não têm a íntegra da lista em que consta os nomes dos titulares das contas da unidade suíça do HSBC.
As investigações foram agora impulsionadas com a criação de uma CPI no Senado, cujos parlamentares já foram à embaixada francesa pedir colaboração e conseguir informações oficiais. A França, que detém a lista original dos titulares das contas, já se comprometeu a atuar conjuntamente com o Brasil.
De acordo com o dossiê com informações bancárias de 106 mil pessoas vazadas, 8.667 brasileiros possuem contas bancárias no HSBC da Suíça. É provável que haja novas condenações de pessoas conhecidas no país europeu.