(São Paulo) Os três maiores bancos do país – Banco do Brasil, Bradesco e Itaú – recebem 49% de todos os depósitos realizados no país, no valor de cerca de R$ 730 bilhões. As três instituições, que lucraram R$ 15,4 bilhões em 2006, são responsáveis ainda por 42,6% do total de ativos do setor. Os dados são levantamento feito pela agência de classificação de risco Austin Rating, publicado em matéria do jornal O Estado de S. Paulo do último domingo.
O estudo mostra que, em 1994, a participação destes bancos no total de depósitos era de 37%. O crescimento evidencia um aumento da concentração bancária no Brasil e podem ajudar a explicar as elevadas taxas de juros e a quantidade de tarifas cobradas pelos bancos.
Especialistas ouvidos pelo Estado acreditam a falta de competição é a responsável por esses problemas e que a concentração deve aumentar nos próximos anos, deixando o mercado nas mãos de poucos grupos com lucros cada vez maiores. Um exemplo disso é a fusão do ABN Amro em nível internacional.
No entanto, esse ganho nos lucros até agora não se refletiu em vantagens para os consumidores. Segundo o Estado, desde o início do Plano Real uma infinidade de novas tarifas foram criadas e se tornaram importante fonte de receita para os bancos. Outro dado são os juros altíssimos praticados pelas instituições no país. A taxa média de juros para pessoa física, segundo dados divulgados na semana passada pelo Banco Central, está em 49,9% ao ano, mas podem ser ainda maiores, como no caso do cheque-especial e do cartão de crédito, que atingem 100% ao ano.
Fonte: Contraf-CUT, com informações do Estado de S. Paulo
