O vento minuano soprando forte na praça da Alfândega, no Centro de Porto Alegre, entre os prédios do Banrisul e da Caixa Econômica Federal, não esfriou o ânimo de dezenas de bancários e sindicalistas que se agregaram no local, das 7h às 11h da manhã desta sexta-feira (10). Eles participaram de ato de protesto referente ao Dia do Basta, contra a política neoliberal dos governos Temer e Sartori, em defesa dos bancos públicos e, especificamente, para acompanhar a segunda mesa de negociação de acordo coletivo entre o Comando Nacional dos Banrisulenses e os representantes do banco estadual. “Os diretores do Banrisul demoraram mais de 40 dias, imersos em sono quase eterno, para começar a negociar o acordo coletivo”, disse o diretor do Sindicato, Jailson Prodes. “Estamos com fechamento de dezenas de agências de bancos públicos e privados até o meio-dia desta sexta-feira, mas é preciso a participação ativa de bancários contra estas políticas nefastas”, concluiu.
Caixa: pior cenário
A também diretora do SindBancários, Carol Heidner, lembrou que “há 50 tons de Temer disputando a eleição a Presidência do país, e isso é um problema grave para as empresas e bancos públicos”. Empregada da Caixa, ela chamou a atenção dos empregados do Edifício Querência, para se juntarem a manifestação. “A Caixa tem o pior cenário na negociação deste ano”, afirmou a sindicalista. “Se não reagirmos, o nosso plano de saúde pode ser destruído”, apontou.
Enquanto o cantor nativista Luiz Arnóbio ajudava a aquecer os manifestantes com suas canções gaudérias, Jailson Prodes reforçou a gravidade do momento atual: “Bancários precisam levar muito a sério o descaso dos banqueiros com a categoria. Os banqueiros são os escravocratas de hoje, que querem escravizar os bancários”, disse.
Bancos orientam desmonte dos direitos
O diretor do SindBancários e membro da diretoria da Contraf-CUT, Mauro Salles, mostrou a dimensão dos desafio que os trabalhadores encaram hoje: “Estamos enfrentando o governo Temer, o Sartori, o Congresso e a Mídia. Mas principalmente, estamos enfrentando o setor que financiou o golpe que destituiu a presidenta Dilma, que orienta o desmonte dos nossos direitos e que fez aprovar a tal reforma trabalhista: os banqueiros”. Mas Mauro lembrou que há muita luta pela frente: “Não aceitamos perder direitos e queremos aumento real!”.
Da Praça da Alfândega, os manifestantes foram em caminhada até a frente do prédio na Rua dos Andradas, 1234, onde acontece a reunião de negociação do Sindicato com o Banrisul.