Após pressão, Petrobrás aceita negociar com petroleiros

Representantes dos petroleiros e da direção da Petrobras fazer nesta segunda-feira (9), no Rio de Janeiro, a primeira reunião desde que a categoria deflagrou greve, há uma semana. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) está orientando os sindicatos filiados a manter a organização das paralisações. A entidade considera o movimento o mais forte dos últimos 20 anos. “A greve continua com adesões diárias em todo país. A reunião com a Petrobras não altera os rumos do movimento”, diz a federação, que considera ainda prática antissindical o fato de algumas gerências convocarem empregados para retornar ao trabalho por telegrama.

Os organizadores do movimento lembram que há mais de 100 dias entregaram à direção da empresa um documento contendo as reivindicações aprovadas em congresso pela categoria. A data-base dos petroleiros é 1º de setembro, mas os representantes dos trabalhadores asseguram que as prioridades do documento intitulado Pauta pelo Brasil são a defesa do controle público das reservas e das operações da estatal e da retomada dos investimentos para que a companhia volte a ocupar seu lugar de destaque no setor de gás e petróleo no mundo e também impulsionar a retomada do crescimento econômico no país. A campanha defende ainda fim das terceirizações, melhores condições de trabalho e de segurança.

Em comunicado à população entitulado “Uma greve em defesa do Brasil”, a FUP afirma que a greve é contra a privatização da Petrobras, a defesa da vida e da soberania. “A maior empresa nacional sofre graves ataques, que já afetam a economia do país e comprometem milhões de empregos. O condenável esquema de corrupção, envolvendo ex-diretores e ex-gerentes, não pode servir de pretexto para privatizar uma empresa, cujos investimentos gerados respondiam, até há bem pouco tempo, por 13% do PIB”, diz o comunicado. E prossegue: “O movimento sindical petroleiro sempre denunciou e combateu os corruptos, que, segundo confissões do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, atuavam há pelo menos duas décadas na Petrobras, sem que nada fosse feito. Os trabalhadores jamais compactuaram com isso e não admitem que o povo brasileiro seja agora penalizado por medidas inaceitáveis, como o corte de mais de R$ 500 bilhões em investimentos estratégicos da estatal e a privatização de subsidiárias e de unidades”.

Segundo a FUP, citando estudos do Ministério da Fazenda, para cada R$ 1 bilhão que a Petrobrss deixa de investir no país, o efeito sobre o PIB é de R$ 2,5 bilhões. “Se os cortes continuarem, a estimativa é de que 20 milhões de empregos deixarão de ser gerados até 2019. Por isso, os petroleiros aprovaram que a luta principal da categoria é a retomada dos investimentos da Petrobras, a manutenção dos empregos, a defesa das conquistas que o país garantiu nos últimos anos e a garantia de condições seguras de trabalho.”

 

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