Bloomberg News
Verónica Navarro Espinosa
Executivos do Banco Votorantim S.A. e do Banco ABC Brasil S.A. estão se encontrando com investidores internacionais, num sinal de que as empresas brasileiras podem voltar aos mercados de capitais pela primeira vez desde abril e encerrar o período mais longo sem emissões externas em 14 meses.
“É um teste”, disse Eric Ollom, estrategista-chefe de mercados emergentes da Jefferies & Co. em Nova York. “Empresas com grau de investimento querem acessar os mercados de dívida e os investidores estão interessados em saber mais. Pode haver fechamento de algum negócio.”
Nenhuma empresa brasileira vendeu bônus no exterior desde que a Braskem S.A., a maior petroquímica da América Latina, emitiu US$ 400 milhões em notas em 30 de abril, já que o rebaixamento da classificação de crédito de Grécia, Espanha e Portugal corroeu a demanda por ativos de alto rendimento de mercados emergentes.
Executivos do Banco Votorantim, a unidade de serviços financeiros do Grupo Votorantim, sediado em São Paulo, vão falar com gestores de recursos na Europa e nos Estados Unidos na semana que vem, segundo pessoas familiarizadas com os planos. Executivos do Banco ABC, instituição sediada em São Paulo focada em empréstimos a pequenas e médias empresas, se encontraram com investidores em Genebra em 15 de junho.
Os dois bancos, que têm classificação Baa3 pela Moody’s Investors Service, o menor nível do grau de investimento, captaram um total de US$ 800 milhões em dívidas em fevereiro e março, parte de um total recorde de US$ 15,1 bilhões em ofertas internacionais por empresas brasileiras nos primeiros quatro meses do ano, de acordo com dados compilados pela “Bloomberg”.
O rendimento nas notas do Votorantim com cupom de 4,25% e vencimento em 2013 caiu para 3,33%, contra 4,38%, quando foram vendidas em 5 de fevereiro. O rendimento dos títulos do ABC com cupom de 7,875% e vencimento em 2020 subiu para 8,54%, contra 8,13 % na data de emissão, ocorrida em 31 de março.