Negociação específica no Banpará não avança e a greve se fortalece

A sexta rodada de negociação específica entre o Sindicato dos Bancários do Pará, Contraf-CUT, Fetec-CUT Centro Norte, Afbepa e o Banpará, realizada na segunda-feira(30), terminou, mais uma vez, sem avanços para tirar os trabalhadores da greve. Diante da ausência de uma proposta objetiva para o funcionalismo avaliar em assembleia, a orientação das entidades sindicais é manter a greve e fortalecer o movimento ainda mais.

“Os trabalhadores e trabalhadoras do Banpará estão conscientes da importância do nosso movimento de greve para avançarmos nas negociações. A paralisação no Banco do Estado está muito forte em Belém e em todo o Estado, mas devemos fortalecer a greve ainda mais, pois somente assim teremos uma campanha específica vitoriosa para o funcionalismo do Banpará”, destaca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

“Os bancários e bancárias do Banpará estão de parabéns pela greve que estamos construindo. Esse sentimento de participação e coletividade é fundamental para o nosso movimento, pois somente com a participação de todos e todas na greve é que faremos o banco entender a importância do seu funcionalismo para o crescimento da instituição”, afirma a diretora do Sindicato e funcionária do Banpará, Odinéa Gonçalves.

Queremos proposta global

As entidades sindicais reivindicaram logo no início da reunião que o banco apresentasse uma proposta global para a minuta de reivindicações específicas, para que essa pudesse ser apresentada aos trabalhadores em assembleia. Porém, isso não ocorreu.
“Se houvesse, de fato, disposição por parte do Banpará em apresentar uma proposta global, independente da Fenaban, já teria feito, pois isso já ocorreu em anos anteriores. Isso mostra que a orientação do Governo Jatene não é a de negociar seriamente com os trabalhadores. Por isso, a greve deve continuar por tempo indeterminado, até que o banco apresente uma proposta que atenda às reivindicações da categoria”, ressalta o secretário de relações de trabalho da Contraf-CUT, Adílson Barros.

Não abrimos mão do tíquete extra

A representação dos trabalhadores presentes na rodada dessa segunda-feira (30) estava toda ela devidamente adesivada com a mensagem “Tíquete Extra: não abro mão!”, como forma de reforçar para a direção do banco que a retomada do tíquete extra é para o funcionalismo do Banpará uma questão de honra. Além desse tema, as entidades sindicais também travaram uma discussão com o banco sobre o PCS, o Plano de Saúde e a PLR social.

A proposta da PLR social foi defendida pelas entidades por ela ser uma contrapartida para os trabalhadores e um acréscimo na distribuição nos Lucros e Resultados do banco, como ocorre na Caixa Econômica e no Banco da Amazônia. As entidades apresentaram formalmente a proposta de PLR social da seguinte forma: 4% do lucro líquido – a projeção este ano é de R$ 110 milhões – distribuídos linearmente entre os bancários e sem limitador. O banco ficou de avaliar a reivindicação para poder apresentar uma proposta.

O banco também se comprometeu em apresentar uma proposta diferenciada para o anuênio, para o qual as entidades sindicais reivindicam dobrar o valor do mesmo; assim como para o desatrelamento do PCS, tirando o limitador por tempo para garantir a promoção por antiguidade a cada 3 anos para todos os funcionários.
As entidades reivindicaram ainda que os seis dias/ano da licença-prêmio sejam utilizados em dias úteis.

O Banpará reafirmou apenas suas propostas sobre abono academia, terapia holística e de atendimento de psicólogo para os funcionários. O banco também afirmou que seguirá a Fenaban e que somente após o desfecho das negociações em São Paulo é que apresentará propostas econômicas.

“É lamentável o fato de o Banpará não apresentar nenhuma proposta que esteja relacionada às cláusulas econômicas. É uma falácia dizer que isso dependente da Fenaban, tanto é verdade que em outras negociações específicas isso já ocorre, como no BRB que ofereceu índice de 7%. Queremos objetividade, propostas concretas por parte do banco. Sem isso, permaneceremos em greve por tempo indeterminado”, conclui a diretora da Fetec-CUT/CN e funcionária do Banpará, Vera Paoloni.

“O funcionalismo do Banpará tem um forte sentimento de descontentamento com a direção do banco por não nos apresentar propostas. Exigimos propostas concretas, com a retomada de diretos para que possamos sair da greve e retornar ao trabalho normalmente”, conclui a diretora do Sindicato e funcionária do Banpará, Sara Morais.

Participaram dessa sexta rodada de negociação a presidenta do Sindicato Rosalina Amorim e as diretoras Odinéa Gonçalves e Sara Morais, o secretário de relações de trabalho da Contraf-CUT Adílson Barros, a diretora da Fetec-CN Vera Paoloni, a presidenta da Afbepa Kátia Furtado, a advogada do Sindicato Mary Cohen e a advogada da Afbepa. Pelo Banpará estava a diretora da DIRAD Márcia Miranda e o assessor jurídico Edvaldo Caribé.

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