Sindicatos filiados à Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo (FEEB RJ/ES) acompanharam o calendário nacional e realizaram manifestações nas agências do Itaú Unibanco na terça-feira 16.
As atividades foram uma resposta do movimento sindical à atitude do banco, que distribuiu bônus milionários a seus executivos e repassou aos acionistas um montante alto em dividendos, mas pagou uma PLR abaixo da regra majorada, de 2,2 salários, para muitos funcionários.
Segundo cálculos do Dieese, feitos a partir dos demonstrativos financeiros do grupo, o provisionamento de recursos para pagamento de dividendos está acima do limite estabelecido em lei. A legislação define a distribuição máxima de 25% do lucro liquido, o que corresponde a R$ 1,8 bilhão, mas o grupo destinou R$ 3,4 bilhões para este fim.
Quanto aos bônus para executivos, o banco provisionou R$ 225 milhões para o pagamento dos diretores estatutários, que são menos de cem. Este montante cresceu 89% em relação ao exercício anterior.
Base RJ/ES
Em Campos, as unidades dos dois bancos tiveram manifestação com carro de som e distribuição de um informativo específico. O material trazia informações detalhadas sobre o pagamento da PLR, com todos os cálculos do valor pago e do valor correto.
No Espírito Santo, o protesto foi na unidade do grupo em Vila Velha, na Grande Vitória. A agência ficou fechada até o meio-dia, inclusive o autoatendimento.
Em Niterói o Sindicato dos Bancários retardou em uma hora a abertura das agências dos dois bancos na Avenida Gavião Peixoto. Em vez de usarem carro de som ou panfletagem, os sindicalistas preferiram fazer uma reunião com os bancários. Os empregados do grupo se mostraram muito confusos com a situação e consideraram oportuna a atividade. Os sindicalistas aproveitaram a ocasião para esclarecer as dúvidas dos funcionários.
No Rio de Janeiro, houve paralisação até o meio-dia em todo o eixo da Avenida Rio Branco, no Centro financeiro da cidade. Os sindicalistas distribuíram um panfleto exaltando que “O Modo Itaú/Unibanco de fazer não valoriza bancários nem prioriza clientes”.
Em sua fala, o presidente do Sindicato, Almir Aguiar, aproveitou para convocar os bancários e a população para o ato de repúdio à Emenda Ibsen, que prevê a redistribuição dos royalties de petróleo e prejudica os estados produtores.