Clima econômico mundial segue em queda, mas melhora na América Latina

O clima econômico na América Latina avançou em outubro e atingiu 5,2 pontos, após recuar para 4,8 no trimestre anterior. Os dados são do Indicador IFO/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE) divulgado nesta quinta-feira (22) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Indicador que mede a Situação Atual (ISA) subiu, mas continua em nível relativamente baixo, sendo o segundo pior desde abril de 2010 (superando apenas julho passado). Já o Indicador de Expectativas (IE) saltou para o maior nível desde janeiro de 2011.

No Brasil, o ICE saltou de 5,2 pontos para 6,1. Em cinco países a situação atual melhorou entre julho e outubro e seis países estão na zona de avaliação favorável. O Brasil registrou aumento no ISA, mas ainda está na faixa de avaliação negativa (4,9 pontos). As expectativas são positivas em quatro países e melhoraram em seis países. No caso do Brasil, o IE passou de 5,9 para 7,3 pontos.

O clima melhorou e mostra-se favorável para Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia e Paraguai. No Peru e Uruguai, o ICE recuou mas o clima continua favorável. Nos demais países houve aumento do ICE, mas o clima continua desfavorável (caso da Argentina) ou ficou estável (casos do México, Equador e da Venezuela).

O quadro geral para a América Latina, em especial para os países da América do Sul, está melhor na comparação entre julho e outubro. O ICE geral dos dez países sul-americanos registra um aumento de 4,6 pontos para 5,4 pontos entre julho e outubro, superior ao resultado para a América Latina, que passou de 4,8 pontos para 5,2 pontos, no mesmo período.

Ainda segundo a FGV, o clima econômico nos demais países do planeta não acompanha o otimismo latino-americano. O ICE mundial, elaborado pelo Instituto Ifo, continuou em queda, embora mais suave do que a registrada entre abril e julho. Na União Europeia houve piora tanto nas avaliações sobre a situação atual quanto nas expectativas.

As expectativas continuam se deteriorando na Grécia, Portugal e Espanha, tendência seguida também pelas duas principais economias da região – Alemanha e França. Déficit público e demanda fraca foram as duas questões com maior peso na avaliação dos principais problemas que os países europeus enfrentam, segundo a Sondagem Ifo de outubro.

Na Ásia, o recuo do ICE foi pequeno, de 4,8 pontos para 4,7 pontos. Na China, o ICE piorou e passou para a zona desfavorável, embora as expectativas ainda sejam favoráveis. O enfraquecimento da demanda continua sendo o único problema considerado importante enfrentado pelo país, segundo a pesquisa.

Na Índia, todos os índices melhoraram e o país encontra-se em fase de recuperação, mas a inflação (estimada pelo IFO em 6,4% para 2012), o déficit público, o desemprego e a falta de confiança nas políticas do governo são problemas graves identificados pelo estudo.

Nos Estados Unidos, o ICE continua na zona desfavorável do ciclo econômico, mas avançou ligeiramente entre julho e outubro, influenciado por melhores expectativas. Desemprego, déficit público e falta de confiança nas políticas governamentais tiveram um peso elevado e similar na avaliação dos problemas que o país enfrenta.

Falta de competitividade e de mão de obra qualificada foi o principal problema econômico apontado pelos países latino-americanos, resultado semelhante ao observado na Sondagem de abril, última vez em que este quesito foi incluído na pesquisa. O mesmo ocorre para o Brasil, embora o peso atribuído à questão da competitividade tenha diminuído, provavelmente associada à desvalorização da taxa de câmbio.

O ICE foi elaborado em parceria entre o instituto alemão IFO e a FGV tendo como fonte de dados a Ifo World Economic Survey (WES).

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