A 3ª Conferência Regional da UNI Américas – Rompendo Barreiras, que está sendo realizada em Montevidéu, discutiu e aprovou por unanimidade na quinta-feira (6) uma declaração de repúdio à direção do Santander diante das demissões em massa que estão ocorrendo no Brasil. A Contraf-CUT participa do evento, que reúne 392 delegados, observadores e convidados de 33 países das três Américas e do Caribe.
A UNI Américas é o braço continental da UNI-Sindicato Global, que representa mais de 20 milhões de trabalhadores dos setores de serviços, entre eles os bancários, em todos os continentes.
O texto foi apresentado pelo funcionário do Santander e secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Mário Raia.
A conferência termina nesta sexta-feira (7).
Veja a íntegra do texto:
Declaração de repúdio à direção do Santander
As entidades afiliadas à UNI, reunidas em Montevidéu de 5 a 7 de dezembro de 2012, manifestam seu contundente protesto contra as direções do Santander Brasil e do Santander em nível mundial pelas milhares de demissões de bancários e bancárias que vêm acontecendo neste início de dezembro. Os sindicatos no Brasil já contam mais de mil demissões, com informações oficiosas de que esse número poderá chegar a 5 mil.
Nosso repúdio é ainda mais acentuado pela conduta das direções do banco em realizar os desligamentos de surpresa, passados poucos dias depois de várias reuniões do Comitê de Relações Trabalhistas, fórum de discussão dos conflitos reconhecido no Acordo Coletivo de Trabalho assinado entre o banco e os sindicatos.
Mais que surpresa, a decisão vai na contramão do que afirmaram seus presidentes a respeito da gestão da filial brasileira em várias entrevistas à imprensa e nos encontros com sindicalistas. A direção do Santander mentiu cinicamente para as entidades sindicais e à imprensa.
Nosso protesto é pela ausência de qualquer negociação prévia sobre as demissões, sem que qualquer alternativa intermediária fosse estudada. Cruelmente, o Santander demite trabalhadores com mais de 20 anos de casa, dedicados e produtivos, o que revela que os cortes foram feitos por critérios subjetivos, de custos, sem qualquer base em avaliação de desempenho.
O Santander Brasil responde por boa parte da lucratividade do grupo em nível mundial, superior até mesmo à matriz, na Espanha, mas recebe de volta o maior desrespeito e crueldade. Mais uma vez, o Santander não respeita o Brasil e os brasileiros. Mais uma vez, o Santander revela seu lado colonialista com a América Latina, de onde extrai altos lucros e deixa o desemprego e sua contribuição para a miséria que o Brasil tanto combate.
Expressamos nossa profunda solidariedade fraternal aos bancários e bancárias do Brasil. Levaremos esse protesto a todos os cantos do mundo e juntamo-nos ombro a ombro aos sindicatos de bancários no Brasil para empreender as medidas a nosso alcance para reverter esse ato cruel.