Um ano depois, as regras para as tarifas bancárias definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em abril de 2008 já trouxeram efeitos positivos para o consumidor. É o que mostra uma pesquisa da Fundação Procon divulgada na terça-feira, dia 26, que aponta redução do valor do pacote médio de tarifas em cinco instituições financeiras e também a redução do valor médio cobrado pelo mesmo pacote em todos os bancos.
O pacote médio definido pelo instituto para a realização do estudo leva em conta as necessidades de um cliente médio, como por exemplo cartão de débito, dez folhas de cheque, dois extratos e até quatro saques por mês, entre outras (são nove itens no total). Foram comparados os valores em outubro de 2008 e abril de 2009.
O valor médio do pacote caiu 6,13%, de R$ 21,36 para R$ 20,05. Os bancos que reduziram o número de tarifas foram Unibanco (25), Real (16) e Nossa Caixa (12). Há, porém, uma variação de até 80% no valor do pacote médio definido pelo Procon para a realização do estudo: enquanto a Caixa Federal e o Itaú Unibanco cobram R$ 15, o Real cobra R$ 27.
Já as diferenças nos valores de uma tarifa específica ainda chegam a 300%, como no caso do cheque de transferência bancária no Itaú Unibanco e no HSBC. Veja todos os detalhes da pesquisa no site do Procon.
Entre as principais mudanças instituídas pelo CMN no ano passado estão a padronização de valores das tarifas básicas e das suas nomenclaturas e o corte de mais de 50 para 20 tipos de cobranças.
Reclamações
Apesar de a arrecadação com tarifas ser o bastante para cobrir com muita sobra todos os gastos dos bancos com a folha de pagamento, as instituições continuam demitindo e com isso causando sobrecarga de trabalho e mais problemas no atendimento. Nos últimos anos, as reclamações procedentes dos clientes contra os maiores bancos mais do que dobrou, segundo dados do Banco Central. Em 2006, foram registradas 3.659 reclamações no primeiro trimestre, enquanto no mesmo período de 2009 foram 7.807, crescimento de 113,3%.
Entre as principais reclamações dos clientes estão a liquidação antecipada de faturas, erros no fornecimento de documentação e a qualidade do atendimento nas agências, de acordo com informações publicadas em abril no Jornal da Tarde.