Financial Times
Sharlene Goff e Victor Mallet
O Santander pretende intensificar os esforços para conseguir uma participação de controle no quinto maior banco da Polônia. O grupo espanhol espera avançar num negócio que lhe permitirá adquirir três operações internacionais do Allied Irish Banks (AIB), segundo informam pessoas a par dos planos do banco.
O AIB está tendo que vender sua participação de 70% no Bank Zachodni WBK, além de uma participação minoritária no M&T, o banco regional dos Estados Unidos, e um portfólio de agências no Reino Unido, como condição à ajuda estatal que recebeu durante e crise financeira.
O Santander está de olho na carteira de ativos enquanto tenta acelerar sua marcha recente nos mercados internacionais. Mas qualquer grande aquisição é complexa e o banco enfrenta uma série de obstáculos.
Pessoas familiarizadas com a estratégia do Santander afirmam que ele está particularmente ansioso por comprar os 70% no Bank Zachodni porque eles se encaixam com a postura de se ter um banco em um mercado emergente grande e vigoroso – algo parecido com a lucrativa aquisição brasileira feita pelo Santander como parte da operação conjunta do ABN Amro.
No entanto, fontes afirmam que o Santander está enfrentando a concorrência dura do PKO, o maior banco da Polônia. Recentemente, o Ministério do Tesouro da Polônia disse que poderá adiar um pagamento de dividendos para ajudar o PKO, que é controlado em 51% pelo estado, a comprar o Bank Zachodni.
O banco francês BNP Paribas também estaria interessado na participação no banco polonês, que estaria avaliada em cerca de 11 bilhões de slotys (US$ 3,5 bilhões), segundo informações que circulam no mercado.
Fontes afirmam que o Santander está enfrentando uma competição menor pelos ativos britânicos do AIB – uma carteira pequena de cerca de 30 agências na Inglaterra e Escócia, e 40 na Irlanda do Norte, que ele poderá agregar à rede bem maior que comprou recentemente do Royal Bank of Scotland (RBS).
O Santander, cuja vigorosa expansão internacional o ajudou a melhorar os lucros durante a recessão, também quer crescer no nordeste dos EUA. Ele retomou as negociações de fusão com o M&T, um banco sediado em Buffalo, Nova York, controlado em 22,5% pelo AIB.
A participação minoritária do AIB é um alvo tentador para o Santander desde que ele consiga chegar a um acordo que lhe dê a chance de controlar efetivamente a instituição resultante da fusão. O banco espanhol vinha discutindo a combinação de sua unidade americana, o Sovereign, com o M&T, mas as negociações foram abandonadas em maio.
Mas os dois bancos voltaram a cogitar um negócio nas últimas semanas. Uma opção poderia ser o M&T adquirir o Sovereign em uma transação envolvendo apenas ações, com o Santander comprando posteriormente a participação do M&T.
