Juros banc rios caem, mas ainda sÆo vergonhosos

(São Paulo) Levantamento do Banco Central divulgado nesta quinta-feira, 22 de novembro, aponta que a taxa média de juros cobrada pelos bancos nos empréstimos alcançou o patamar mais baixo desde 2000, quando a medição começou a ser feita. A queda em outubro foi pequena, de 0,3 ponto percentual, alcançando 41,2% ao ano. Mesmo sendo a mais baixa já registrada pela entidade, a média representa duas vezes e meia a taxa básica da economia (Selic). Para pessoas físicas, é mais de três vezes.

 

Para as empresas, o juro médio cobrado no mês passado foi de 27,4%, apenas 0,1 ponto percentual acima do patamar praticado em setembro. No caso das pessoas físicas, a taxa em outubro ficou em 53,1%, uma queda de 0,7 ponto percentual no mês. O spread bancário médio – a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada dos clientes – permaneceu estável no período em 27,8%.

 

Para o secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) Carlos Cordeiro, as taxas ainda são muito altas. “No passado recente os banqueiros demandaram ao governo uma pauta para reduzir as taxas que incluía, por exemplo, a alteração da legislação de falência e a redução de taxa Selic. Tudo foi feito, a inadimplência diminuiu, mas nada se reverteu em reduções de spread nem das taxas de juros e de serviços”, denuncia. Para ele, os bancos utilizaram essas “concessões” para alavancar ainda mais os lucros.

 

Crédito

Mesmo com taxas altas, as operações de crédito oferecidas pelo sistema financeiro cresceram 1,9% em outubro e atingiram volume correspondente a 33,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Banco Central.

 

De acordo com o levantamento feito pelo Departamento Econômico (Depec) do BC, o estoque total de empréstimos concedidos pelo sistema financeiro atingiu R$ 697,3 bilhões no mês passado. Em outubro de 2005, o volume de crédito correspondia a 30,1% do PIB.

 

As operações com recursos livres, que representam 68,2% do total, alcançaram R$ 475,4 bilhões em outubro, um aumento de 2% no mês e de 23,3% em 12 meses.

 

Fonte: Contraf-CUT, com agências

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