Quatro bancos brasileiros despontam como os mais sólidos da América do Sul, segundo pesquisa da Bloomberg Markets, revista especializada no mercado financeiro. A lista, divulgada no dia 1º de maio, indica que Santander, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil lideram o ranking continental.
Entre os pontos considerados, estão a proporção entre capital e ativos ponderados pelo risco; a proporção de ativos inadimplentes em relação ao total de ativos; a relação entre reservas para perdas e empréstimos para ativos inadimplentes; a proporção dos depósitos para financiamento; e um índice de eficiência, que compara os custos do banco com as receitas.
A liderança global ficou com o Qatar National Bank, do Catar, seguido por OCBC Bank (Singapura) e Canadian Imperial Bank of Commerce (Canadá). No levantamento, foram analisados 78 bancos com ativos totais iguais ou superiores a US$ 100 bilhões.
Segundo o professor do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Bruno Rocha, a boa colocação dos bancos brasileiros representa o momento macroeconômico favorável do País. Além disso, o reconhecimento do mercado bancário nacional registra o amadurecimento do setor, que, após enfrentar problemas nos anos 1990 com as altas taxas de inflação, se viu obrigado a adotar um quadro regulatório mais rígido.
“Os bancos brasileiros têm que ter um controle rigoroso de suas carteiras de crédito e em requerimentos de capital, acima da média internacional”, afirma Rocha. Em nome da estabilidade, o mercado externo vai precisar adotar regras semelhantes, mais duras, o que seria benéfico para o sistema bancário brasileiro, já acostumado a medidas nesse sentido. “O Brasil está atento às mudanças internacionais e preparado para uma maior rigidez”, analisa o economista.
Em 2012, o Banco do Brasil já havia sido apontado pela agência norte-americana Weiss Ratings como uma das instituições bancárias mais sólidas do mundo. Essa mesma lista apresentou também os bancos em situação mais frágil no mesmo panorama.
Segundo a agência, as 10 instituições mais fragilizadas estão concentradas na Europa (Alemanha, Espanha, Itália, França e Reino Unido), nos Estados Unidos e no Japão. São resquícios da crise financeira, que foi muito mais impactante nesses mercados. Já os bancos de países emergentes, menos afetados e inseridos em uma economia em franco crescimento, conseguiram, durante a crise, se estabelecer.