A nova pesquisa da Contraf-CUT e Dieese sobre o emprego nos bancos, divulgada nesta terça-feira, dia 25, em São Paulo, foi destaque na Folha Online. O fechamento de 2.224 postos de trabalho no primeiro semestre de 2009, ocasionado principalmente pelas fusões Itaú Unibanco e Santander Real, também repercutiu em vários sites.
Veja a íntegra da reportagem da Folha Online:
Fusões de grandes bancos agravam diferença salarial, diz pesquisa
TATIANA RESENDE
da Folha Online
As fusões dos grandes bancos privados acentuaram a redução na remuneração média dos trabalhadores admitidos no comparativo com o salário dos que foram desligados do setor. A diferença, que era de 38,02% no primeiro semestre de 2008, subiu para 46,82% nos primeiros seis meses deste ano, de acordo com estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgado hoje.
Entre janeiro e junho, os funcionários contratados ganhavam, em média, R$ 1.928,92, enquanto os que saíram do emprego recebiam R$ 3.627,01. “O banco contrata os mais jovens e acaba promovendo os funcionários internamente”, afirma Miguel Huertas, economista do Dieese que compilou os dados do Caged (Cadastro Geral de de Empregados e Desempregados) para a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
O estudo mostrou que o setor bancário fechou 2.224 vagas no primeiro semestre deste ano, sendo 1.925 postos no Estado de São Paulo, onde fica a maioria das sedes das instituições financeiras. O saldo negativo no país é decorrente da contratação de 13.235 pessoas e o desligamento de 15.459 bancários.
“Sem as contratações dos bancos públicos, esse resultado seria pior”, comenta Huertas. De acordo com o economista, o Itaú Unibanco fechou 5.026 vagas no primeiro semestre, e o Santander Real, 1.000.
Em igual intervalo do ano passado, mais funcionários saíram do emprego (20.352), porém 29.106 foram admitidos, resultando no acréscimo de 8.754 postos. Para Marcel Barros, secretário-geral da Contraf, as demissões são desnecessárias. “Os bancos não estão tendo prejuízo. Isso se reflete diretamente no atendimento da população”, diz.
Entre os desligados neste ano, 61,3% foram demitidos sem justa causa. Em 2008, a proporção havia sido bem menor (46,5%). Já o percentual dos que pediram dispensa do emprego caiu de 40,5% do total, em 2008, para 31,8%. “Isso se deve ao momento econômico, já que havia mais oportunidades de trabalho no ano passado”, avalia Huertas.
Dos 15.459 desligados, 24,3% tinham 10 anos ou mais no emprego, e outros 35,9%, menos de dois anos de casa. Entre os 13.235 contratados, quase metade (45,11%) foi admitida no primeiro emprego, com remuneração média de R$ 1.630,57, e 40,6% tinham entre 18 e 24 anos de idade.