(São Paulo) A Contraf-CUT reúne-se com o ABN/Real nesta sexta-feira, dia 1º, para negociar as reivindicações dos bancários relativas ao emprego e salários. O objetivo é garantir a manutenção dos postos de trabalho mesmo com a venda do banco e corrigir as distorções salariais que prejudicam os empregados do grupo.
“A diretora de Recursos Humanos do ABN, Mônica Cardoso, vai participar das negociações e queremos o compromisso formal do banco de garantir o emprego dos bancários independente de quem seja o comprador da empresa. Esperamos que o ABN nos traga informações sobre as negociações envolvendo a venda do grupo e ações que mantenham os postos de trabalho. Sabemos os resultados das fusões e aquisições no sistema financeiro nacional. O próprio ABN promoveu demissões quando comprou o Real e ingressou no mercado brasileiro, não queremos que essas cenas de repitam”, explicou Gutemberg Oliveira, diretor da Fetec São Paulo e membro da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do ABN.
Gutemberg também diz que os funcionários vão cobrar o fim da alta-rotatividade no banco, conhecida pela expressão inglesa “turn over”. A rotatividade serve de ferramenta para o achatamento salarial no ABN. “Comparando os últimos balanços do banco, percebemos que o impacto da folha de pagamento não sofreu qualquer alteração nos últimos anos, mesmo com as contratações que houve no período. Tudo evoluiu no balanço, desde a lucratividade do banco até a arrecadação com tarifas, que já cobre toda a folha de pagamento. Menos o gasto com o funcionalismo e isto mostra como funciona o achatamento salarial. O ABN está demitindo quem ganha, e consequentemente tem mais tempo de bancos e maior experiência, por jovens com salários bem menores. È positivo abrir as portas para a juventude, mas não podemos prescindir da experiência. Cadê a responsabilidade social do banco com os pais e mães de família?”, questiona Gutemberg.
Outro ponto importante nas negociações desta sexta-feira é a questão salarial, em discussão com o ABN desde fevereiro do ano passado. Desde que o banco assumiu as operações no Brasil, há uma década, os bancários vêm sofrendo com a redução dos salários e as distorções. Um exemplo claro é o salário hora do caixa, que é maior que o do supervisor ou o do gerente. “É claro e evidente o desinteresse dos bancários em crescer dentro do ABN. Antes, um gerente ganhava, em valores absolutos, 80% a mais que um caixa. Hoje esta relação caiu para 30% aproximadamente. Há muita insatisfação com essas discrepâncias. A média salarial está baixa e ainda há situações em que os bancários com mesmo cargo e função recebem salários diferentes em até 57%”, explicou Gutemberg.
A Contraf-CUT reivindica a correção imediata dos salários de três cargos: sub-gerente, gerente de relacionamentos e os assistentes. “Estes são os cargos ponto de partida para corrigirmos os salários. Com eles, acertaremos os outros cargos naturalmente”, finalizou Gutemberg.
Fonte: Contraf-CUT