O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, lançou na manhã de sexta-feira (11), em Brasília, o Programa Mulher Trabalhadora. Na ocasião houve a apresentação do diagnóstico da mulher trabalhadora brasileira e adesão, por parte da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) e da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DATAPREV) ao Programa Pró Equidade de Gênero e Raça.
Na ocasião, Miguel Rossetto, disse que com as diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho, é preciso "analisar, pensar e modificar". "A sociedade que queremos viver não é racista e não é machista", completou. Ele reconheceu a influência do passado na sociedade ainda hoje. "Dar continuidade ao objetivo permanente de construirmos e disputarmos uma sociedade de iguais é o nosso desafio e o nosso trabalho", afirmou o ministro e lamentou que existe discriminação não só com as mulheres, mas também com os jovens. Para ele “as forças conservadoras seculares" voltaram a falar.
A assessora Especial de Políticas para Mulheres do Ministério do Trabalho e Previdência Social, Rosane Silva, ressaltou que políticas públicas do governo federal têm sido fundamentais para superar desigualdades de gênero. “O estudo mostra o quanto a política de valorização do salário mínimo e a continuidade desta política, que é um compromisso do ministério, foi fundamental para elevar a renda das mulheres e o quanto que a PEC 72 foi fundamental não somente para garantir o direito das trabalhadoras domésticas, mas também para visibilizar o trabalho doméstico no país. Com o objetivo de dar consequência ao papel fundamental do Estado, para cada vez mais avançarmos numa sociedade justa e igualitária onde as mulheres sejam de fato protagonistas de suas histórias”, destacou Rosane.
Segundo a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, os dados mostram que a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho ainda é alarmante. “A nossa luta é incansável. Não podemos permitir que a questão de gênero continue sendo um diferencial na carreira e nos salários. Por isso, lutamos pela igualdade salarial e igualdade de oportunidade entre mulheres e homens”, concluiu Elaine.
O Programa
O Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça consiste em disseminar novas concepções na gestão de pessoas e na cultura organizacional para alcançar a igualdade entre mulheres e homens no mundo do trabalho. É dirigido a empresas de médio e grande porte, públicas e privadas, com personalidade jurídica própria. A adesão ao programa é voluntária.
Dados
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), enquanto 80% dos homens, negros ou brancos, conseguem se colocar disponíveis para uma ocupação no mercado de trabalho, nem 60% das mulheres apresentam taxa de atividade. A cada 10 mulheres, 4 não conseguem se colocar disponíveis.
A remuneração continua sendo um dos dados que mais mostram a discrepância entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Segundo da pesquisa, os homens continuam ganhando mais do que as mulheres, (R$1.831 contra R$1.288).