CUT e centrais sindicais protestam contra PL 4330 da terceirização no Rio

Mobilização contra aprovação do projeto dos empresários

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais realizaram nesta terça-feira, dia 6, protestos em todo o país contra o Projeto de Lei 4330, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), que regula as terceirizações, permitindo que elas sejam feitas inclusive em atividades-fim.

A proposta, que tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, ameaça os direitos trabalhistas previstos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e a organização sindical dos trabalhadores. No Rio, a manifestação foi em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.

“O ato de hoje e as mobilizações nos dias 14 e 15, com peregrinações nos gabinetes dos parlamentares, em Brasília, são fundamentais para barrarmos esta proposta, que é um ataque aos direitos dos trabalhadores. Não é por acaso que o negociador dos empresários na defesa do PL 4330 é Magnus Apostólico, diretor da Fenaban. Caso o projeto seja aprovado, setores como de caixas e gerentes serão terceirizados para reduzir custos e aumentar ainda mais os lucros dos bancos”, critica o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar.

Trabalhadores na Firjan

Os sindicalistas entregaram ao presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, um documento denunciando os riscos do PL 4330 aos direitos da classe trabalhadora. Gouvêa elogiou o aspecto pacífico do protesto dos sindicatos e disse que é importante que a regulamentação das terceirizações não prejudique os trabalhadores.

“Como disse o próprio ministro do Trabalho, Manoel Dias, é preciso regular a terceirização no Brasil, desde que isso não seja um entrave para a produtividade das empresas e não retire nenhum direito do trabalhador. Devo ir amanhã (7) a Brasília para debater este assunto”, disse o empresário.

A vice-presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, falou da importância da pressão popular contra o projeto. “As centrais deram mais um recado nas ruas. O Congresso Nacional tem que ouvir a voz das ruas”, disse.

Aumentar a mobilização

Cerca de mil militantes e dirigentes das centrais compareceram ao evento. O secretário de Relações Sindicais da CUT-RJ, Marcello Azevedo, chamou a atenção para a importância da mobilização da classe trabalhadora, rumo à construção da greve geral do dia 30 de agosto e conclamou todos à luta pela democratização da mídia no Brasil.

Já o presidente da CUT no estado, Darby Igayara, denunciou que o PL 4330, além de cassar direitos da classe trabalhadora, na prática, acaba com o concurso público no Brasil.

“Temos que retirar este projeto da pauta de votações dos dias 12, 13 e 14 de agosto. Mas só vamos conseguir isso com muita pressão e mobilização. É preciso fazer avançar a pauta dos trabalhadores no Congresso, que está parada. Nossa mobilização tem que impedir também o Judiciário de se posicionar sempre contra a classe trabalhadora. E é só na rua que conquistaremos as 40 horas, os 10% do PIB para a educação e os 10% do orçamento da União para a saúde”, defendeu Darby Igayara.

Os sindicalistas criticaram ainda o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, que privatizaram vários setores através das chamadas Organizações Sociais (OS).

Foi feito também um minuto de silêncio em solidariedade ao operário e morador da Rocinha Amarildo Souza Lima, que desapareceu nas mãos de policiais da Polícia de Unidade Pacificadora (UPP) da comunidade no dia 14 de julho e ainda não foi encontrado.

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