A popularização do uso de cartão de crédito com o fortalecimento da classe média nos últimos anos agravou o problema das fraudes. Embora a Polícia Civil não tenha dados sobre a quantidade de clonagem, o delegado Joás de Souza, chefe da Divisão de Falsificação e Defraudação (Difraudes), garantiu que as denúncias aumentaram significativamente, em especial nos últimos cinco anos. Dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviço (Abecs) mostram que, em 2013, 76% dos brasileiros já possuíam pelo menos um cartão.
Além disso, computadores, tablets e smartphones têm sido usados cada vez mais para fazer compras e pagar contas. Só em 2013, o atendimento bancário por meio de dispositivos móveis cresceu 80,9%, e o número de transações bancárias feitas em agências e postos de atendimento dos bancosdiminuiu 1,7%, segundo registro do Banco Central (BC). Ou seja, as pessoas vão cada vez menos às agências e resolvem tudo por meio da internet.
Abrangência
A rede digital já atingia 51% da população brasileira, em 2013, segundo pesquisa divulgada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br). O problema é que, com fácil acesso ao computador e com mais cartões sendo usados a cada dia, os fraudadores conseguem se passar pelas vítimas, fazer compras no nome delas e até solicitar novos cartões de crédito.
Sabendo disso, o setor bancário investe R$ 20,6 bilhões por ano em tecnologia da informação, incluindo ferramentas destinadas a evitar possíveis tentativas de fraude, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Mesmo assim, em 2014, foram registradas mais de 2 milhões de tentativas de roubo de identidade, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraudes Consumidor. Nesse tipo de irregularidade, uma pessoa se passa por outra para conseguir crédito de várias formas. Uma das maneiras mais usadas pelos criminosos para conseguir informações é vasculhar a internet.
A situação atinge tanto consumidores quanto os próprios bancos, que, de acordo com a Febraban, têm buscado fortalecer a segurança. O desafio é desenvolver formas de identificação e autenticação que impossibilitem as fraudes sem dificultar o acesso aos serviços, como o acesso biométrico com digital e as transações na internet autorizadas pelo celular.