O deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT-SP) repudiou na quinta-feira (6) as demissões em massa de funcionários do Santander em todo país. A denúncia foi feita no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo.
O banco espanhol, que é o segundo melhor em lucratividade no país (53,3%), demitiu principalmente funcionários com mais de dez anos de trabalho, muitos com cargos de gerência, que trabalhavam em bancos adquiridos pelo Santander (Banespa, Noroeste, Real, Meridional) e que estão prestes a se aposentar. Pessoas com deficiência também estão entre os dispensados.
Diante do tamanho do lucro acumulado no país nos nove primeiros meses deste ano (R$ 5,6 bilhões), que corresponde a 26% do seu lucro total no mundo, a decisão do banco é um retrocesso que desmente a perspectiva de expansão feita pelo banco quando da aquisição do Banespa, em 2000.
Conforme informou o deputado, tão logo tomaram conhecimento das demissões, já que foram pegas de surpresa, as entidades sindicais que representam os trabalhadores do setor, como o Sindicato dos Bancários de Paulo e a Contraf-CUT, reagiram imediatamente.
Por meio de carta, a Confederação solicitou uma negociação ao presidente do Santander, Marcial Portela. Em vez de receber os dirigentes sindicais, o banco usou na imprensa o argumento de “adequação ao contexto de competitividade do setor” como resposta. Já o Sindicato conseguiu uma liminar no TRT-SP suspendendo todas as demissões sem justa causa feitas pela instituição financeira.
“A direção do Santander afirmou que chegaria em nosso país para mudar a realidade do sistema financeiro, por meio da redução de tarifas e taxas de juros. Nada disso foi feito. E agora, mesmo com o Brasil em franco crescimento econômico, e obtendo altos lucros ano após ano, o banco começa processo de demissões injustificáveis”, criticou Marcolino.