A lutadora Ednalva está presente em cada um, ou melhor, em cada uma de nós que bebemos na fonte da experiência, dedicação e militância desta grande guerreira na luta pela igualdade de oportunidades. Foi por meio da Ednalva que pus, pela primeira vez, os pés na CUT. Ela abriu as portas da principal central deste país e da América Latina para uma recém dirigente bancária que mal sabia onde ficava o Brás.
Abriu as portas na Comissão sobre a Questão da Mulher Trabalhadora da CUT, qualificou nossas intervenções por meio do conceito de gênero, nos ajudou a compreender e construir o conceito de transversalidade e nos encheu de esperança em ver um movimento sindical mais democrático e igualitário com o debate de empoderamento das mulheres.
Ela nos passava tanta segurança no tema, que nos fortalecia para os debates nos nossos sindicatos. Além disso, ela nos colocava diante de alguns desafios, como quem joga seu próprio filho na água para saber se virar diante das situações mais difíceis. Atitude digna de uma dirigente sindical que colocava a causa na frente do próprio ego, reconhecendo os méritos individuais e encorajando as mais tímidas.
Cabe a nós, agora, o desafio de sermos um pouco Ednalva, abrirmos as portas das nossas organizações, investirmos na formação de quadros e, acima de tudo, não desistirmos das nossas causas por mais resistência que estas venham a encontrar.
Deise Recoaro