A terceira reunião entre Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, do Grupo de Trabalho Bipartite de Requalificação e Realocação Profissional, realizada nesta quarta-feira (15), em São Paulo, terminou de forma positiva.
Na reunião anterior, a Fenaban apresentou dois documentos: um delimitava abrangência da cláusula 62 e o outro com ações que são realizadas pelos bancos de realocação e requalificação profissional. Com os documentos em mãos, o Comando concluiu que os bancos estão passando por um processo de reestruturação movido pela tecnologia e por mudanças no perfil dos negócios e que as atuais ações de requalificação e realocação não são efetivas. Os representantes dos trabalhadores também identificaram que falta transparência dos bancos na divulgação das informações para os próprios funcionários e para o movimento sindical.
Os bancos concordaram com os trabalhadores em muitos pontos apresentados na última reunião, mas argumentam que a cláusula 62 abrange apenas os trabalhadores que estão em áreas atingidas por mudanças.
A Fenaban concordou com transparência na divulgação das vagas para esses trabalhadores e garantiu que os candidatos não sofrerão restrições por idade, raça, gênero, orientação sexual ou deficiência na disputa por oportunidades oferecidas. Outro ponto de concordância, é que a responsabilidade pela requalificação e realocação será compartilhada entre o empregado e o banco. Mas, não acataram a proposta de auxílio-educação para todos.
Uma vez terminado este debate e definidos os processos de realocação e requalificação o acompanhamento e a avaliação dos programas serão feitos em dois níveis: resultados específicos do banco, pelas COEs, avaliação de natureza qualitativa pelo Comando e pela Fenaban.
“Apesar da Fenaban delimitar muito a área de atuação desses processos de transparências e democratização de oportunidades, foi uma reunião positiva. No nosso ponto de vista, todos os empregados de um banco deveriam conhecer as oportunidades que existem nas empresas, e em quais locais e quais funções estão disponíveis. Deveriam também conhecer quais trilhas de aprendizagem deveriam percorrer para se qualificar para funções desejadas. Isso ajudaria no planejamento de carreira do empregado e permitiria uma preparação mais efetiva que impediria, de certa forma, a obsolescência dos conhecimentos”, declarou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional.
Os bancários entregaram um documento com as considerações do Comando Nacional sobre o debate de requalificação e realocação de empregados dos bancos em processos de reestruturação previsto na cláusula 62º da CCT 2016/2018. Entre os pontos principais estão: a responsabilidade dos bancos com seus clientes, usuários e funcionários, propostas de ações de igualdade e democratização de vagas e de ações de orientação profissional e planejamento de carreira para todos e a necessidade de os bancos oferecerem auxílio-educação.
Os bancos se comprometeram a analisar o documento para iniciar a finalização do programa global de requalificação e realocação profissional na próxima reunião, prevista para 16 de março.
A instalação do GT foi conquistada durante a Campanha Nacional 2016, que tinha como uma das suas principais bandeiras, a defesa do emprego. Formado por representantes dos bancários e da Fenaban, o grupo discute critérios para a construção de centros de requalificação e realocação de empregados, conforme cláusula 62 da Convenção Coletiva de Trabalho -CCT 2016/2018.