(Porto Alegre) Foi lançado neste sábado o Comitê Estadual que deflagrará campanha contra a privatização do Banrisul. Centenas de bancários, representantes do segmento e de outras categorias de trabalhadores, centrais sindicais, políticos e parlamentares participaram do ato no Hotel Embaixador. O Comitê em Defesa do Banrisul começa, já neste fim de semana, a ampliar seus apoios. O Movimento proporá a criação de um contrato de gestão, a ser coordenado pela Assembléia Legislativa, para melhor fiscalização da gestão do banco.
Entre entidades que participaram do lançamento estão Associação de funcionários do banco, dos aposentados, e parlamentares estavam os deputados federais Manuela D’Ávila, Tarcisio Zimmermann, Pepe Vargas, Luciana Genro e o deputado estadual Raul Carrion. O ex-governador Alceu Collares (PDT) trouxe o apoio dos pedetistas ao Movimento. A vereadora Neuza Canabarro representou a Câmara de Vereadores da Capital e o secretário de Planejamento de Porto Alegre, José Fortunati, o Executivo local.
“Vamos visitar organizações, conversar com personalidades e cidadãos comuns, mostrando que vender ações é, sim, privatizar o banco”, projeta Juberlei Bacelo, presidente do SindBancários. O movimento é organizado pelo SindBancários e Federação dos Bancários RS (Feeb-RS), que reúne 38 sindicatos no Estado e mais de 27 mil bancários. “Não queremos apenas um banco estatal, garantido com 51% das ações. O Banrisul deve cumprir papel de indutor do desenvolvimento e de democratização do acesso aos serviços às populações de baixa renda e nos pequenos e médios municípios”, reforça Bacelo.
A venda de ações, cuja estratégia não foi revelada até agora pelo governo estadual, ameaça a gestão do banco. Também no dia 30 deste mês assembléia do Conselho de Administração da instituição poderá mudar o estatuto dando maior poder a acionistas minoritários, o que está pautado no item 3.1, da Reforma do Estatuto, da convocação extraordinária. “As ações poderão ficar com único investidor, que não vai querer perder dinheiro. É a mesma lógica dos bancos privados”, compara o dirigente. Já a alternativa de ofertar novas ações para captar recursos a serem direcionados a um fundo de previdência estadual é criticada. “Já vendemos CRT e parte da CEEE. O problema financeiro do Estado acabou? Não! Essa estratégia vai enfraquecer o banco”, completa.
As propostas o Comitê:
• Criação de um contrato de gestão, coordenado pela Assembléia Legislativa, que torne mais eficiente a fiscalização sobre os rumos da instituição;
• Retirada de qualquer proposta que signifique privatização; total ou redução da participação acionária do Estado no banco;
• Manutenção do perfil público e como agente de fomento do desenvolvimento e do bem-estar dos gaúchos e das gaúchas.
Campanha: Símbolos gaúchos
As entidades organizadoras apresentaram no ato a campanha institucional que dará o tom da mobilização. Foram escolhidos dois símbolos, marcas do espírito guerreiro do povo gaúcho: a lança e a bandeira rio-grandense. “Vamos retomar o sentimento de defesa do que é nosso. Vender ações sob desculpa de capitalizar a instituição é cortina de fumaça. Capitaliza e depois vende”, alerta Bacelo.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Porto Alegre/FEEB-RS