Bancos da China determinam suspensão de crédito até o fim de janeiro

Agência Estado
Marcílio Souza

Diversos bancos da China determinaram que suas agências devem suspender a concessão de crédito durante o restante deste mês, disseram fontes próximas do assunto nesta terça-feira. A preocupação com a possibilidade de a China tomar medidas mais agressivas para controlar o crédito bancário pressionou as bolsas da Ásia e prejudica os principais mercados de ações da Europa e os futuros de Wall Street na manhã de hoje, 26 de janeiro.

Ainda não está claro o quão severa seria essa suspensão do crédito novo, que se seguiria a reportagens apontando que o volume de empréstimos superou 1 trilhão de yuan (US$ 146 bilhões) nas duas primeiras semanas deste ano, mais que o dobro da média mensal de 400 bilhões de yuan registrada no segundo semestre do ano passado.

Os bancos chineses tradicionalmente aceleram a concessão de crédito no início do ano, e alguns economistas dizem que este ano o governo pode estar simplesmente tentando suavizar esse fluxo.

Na semana passada, o presidente da comissão que regulamenta o setor bancário da China, Liu Mingkang, disse que o órgão projeta que o crédito novo ficará em 7,5 trilhões de yuan este ano. O montante é inferior ao de 9,59 trilhões de yuan do ano passado, mas ainda assim é mais que o dobro do nível de 2008.

O Banco Comercial e Industrial da China, o maior do país em ativos, determinou na última sexta-feira que suas agências em Pequim não concedam crédito novo até o final do mês, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto nesta terça-feira. Não está claro, contudo, se essa decisão restringe-se a Pequim ou se se aplica ao país como um todo.

O China Citic Bank suspendeu o crédito novo em Xangai na semana passada porque suas operações locais já gastaram a sua quota mensal para a cidade. Esse congelamento não se estende para o restante do país e o crédito poderá ser retomado no mês que vem, segundo uma fonte ligada ao banco.

Na semana passada, um representante do Banco da China disse que a instituição determinou que seus funcionários interrompam a extensão de novos empréstimos por causa do crescimento excessivamente rápido no início do mês.

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