Após ultrapassarem em setembro os bancos privados nacionais em ativos e lucratividade, os bancos públicos passaram a liderar também o mercado de crédito. Em novembro, a carteira de empréstimos dos bancos públicos ultrapassou pela primeira vez em cinco anos a dos privados nacionais.
Essas instituições, o que inclui BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, alcançaram uma participação de 41% no mercado de crédito, acima dos 40,5% dos privados nacionais. Há um ano, essas fatias eram, respectivamente, de 36% e 43%.
O restante do mercado está com os bancos estrangeiros que atuam no país (o que inclui Santander, HSBC e Citibank, entre outros), cuja participação caiu de 21% para 18,5% na mesma comparação.
Além da determinação do governo para que os bancos públicos comerciais continuassem emprestando recursos durante o período mais agudo da crise, quando os bancos privados pisaram no freio, esse resultado foi influenciado pelos desembolsos feitos pelo BNDES. Somente para a Petrobras, foi feito um empréstimo de R$ 25 bilhões (20% do aumento no crédito dos bancos estatais).
Para 2010, o BC espera uma mudança. A expansão do crédito deve se acelerar nos bancos privados em relação a 2009, e desacelerar nos públicos.
Também neste ano, a participação do setor público em todas as esferas no estoque de empréstimos tomados do sistema financeiro quase dobrou.