Bancários repudiam processo de terceirização do callcenter do Banrisul

Mobilização contra a precarização do trabalho

A informação de que o Banrisul está prestes a iniciar um processo de terceirização do departamento de Call Center deixou funcionários do setor inseguros e levou o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e a Fetrafi-RS a se mobilizar contra a iniciativa e repudiar a decisão.

A direção do Banrisul erra duas vezes: tanto na terceirização do setor, quanto no método de comunicação com os empregados. As entidades enviarão correspondência oficial exigindo que o processo seja revisto e solicitando uma reunião imediata com a Direção do Banrisul.

Como se tornou prática da direção do Banrisul, a comunicação e o debate público não são seu forte. Isso aconteceu mais recentemente com a tramitação da criação das subsidiárias Banrisul Cartões e Banrisul Seguros na Assembleia Legislativa. Tudo feito às pressas, sem negociar, sem fornecer a informação completa. O que gerou muitas dúvidas entre os deputados estaduais, incertezas entre o funcionalismo e acabou por sepultar as pretensões da direção de aprovar as duas subsidiárias na Assembleia Legislativa. Os dois PLs tiveram que ser retirados da pauta e do regime de urgência.

Ao apagar das luzes de ano passado, o mesmo erro foi cometido. Os funcionários do Call-Center começaram a ser chamados em grupos pela Superintendência para serem informados de que o banco iria terceirizar parte do setor.

Os diretores do banco sabem que o SindBancários e a Fetrafi-RS irão acompanhar de perto este processo, preservar os diretos dos trabalhadores e lutar para que a terceirização não se concretize. O banco diz que vai terceirizar os serviços do call center seguindo o modelo dos outros bancos, públicos e privados, que terceirizam este setor.

“Esse processo merece o nosso repúdio. A terceirização é nefasta para a empresa e para os trabalhadores. Além de errar nessa decisão de terceirizar, o banco erra na comunicação com seus empregados/as. Plantou o pânico entre os/as empregados/as. Estão todos inseguros e desmotivados. Somos contrários à terceirização por uma questão ideológica. Isso enfraquece as instituições públicas e privatiza espaços que deveriam ter uma diretriz pública e social, como é o caso do Banrisul”, afirma a diretora da Fetrafi-RS, Denise Flakenberg Corrêa.

Durante a Campanha 2013 e na greve, os colegas do call center denunciaram uma série de práticas no setor que atentavam contra a integridade física e moral dos trabalhadores. Além de terem que cumprir metas abusivas, os trabalhadores não tinham suas horas de intervalos observadas adequadamente e acumulavam funções.

O diretor de Comunicação do SindBancários, Everton Gimenis, diz que é histórica a luta do Sindicato contra a terceirização. Um dos exemplos mais recentes foi a campanha durante todo o ano passado contra a aprovação do PL 4330, o PL da terceirização, no Congresso Nacional em Brasília.

“Fizemos seminários, organizamos caravanas e colegas nossos até agressão sofreram. Estamos atentos a este processo. Vamos nos mobilizar e ficar em contato direto com os trabalhadores. Não admitimos a terceirização de uma função tão importante dentro de um banco, que é patrimônio de todos os gaúchos”, diz Gimenis.

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