A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) se reuniu com o Banco Votorantim e a BV Financeira, nesta quinta-feira (24), para a discussão do Programa Próprio de Remuneração (PPR) e do Programa Complementar de Resultados (PCR) das empresas.Os trabalhadores cobram a reformulação dos projetos para que todos possam ser beneficiados.
Para o secretário Geral da Contraf-CUT, Carlos de Souza, é preciso discutir os programas de remuneração e acompanhar as alterações feitas pelas empresas. “Mesmo com a aprovação da Reforma Trabalhista precisamos manter as negociações e evitar a retirada de direitos conquistados em muitos anos de luta.”
A proposta apresentada pelas empresas é um programa de remuneração de dois anos 2017/2018, que se baseia em metas coletivas e individuais, rentabilidade e resultados. “Quando discutimos um programa próprio de remuneração procuramos sempre pensar em uma distribuição linear e justa do salário para os trabalhadores. Muitas vezes esses programas não conseguem fazer isso. Fizemos uma análise e pudemos constatar que o programa é utilizado mais para pagar os diretores e superintendentes. Essa é a nossa maior preocupação”, explicou Jair Alves, coordenador dos Financiários da Contraf-CUT.
Para o mesmo período (2017/2018), pela primeira vez a financeira e o banco apresentaram um novo formato de pagamento de reumuneração, o PCR. que está vinculado a rentabilidade da empresa e abrange todos os funcionários independente de cargo ou salário. A proposta substitui o piso do PPR, sendo para o banco R$ 1600 e financeira R$2600. Esse valor será proporcional ao período efetivamente trabalhado durante os exercícios. "isso é uma estrategia do banco para compensar os valores que serão pagos através da convenção coletiva de trabalho", afirmou Jair. Para o coordenador das Financeiras da Contraf-CUT, "a criação do PCR era uma demanda antiga, não como substituição ao piso e sim como complemento."
Outros pontos discutidos foram os acordos coletivos que validam os registros de ponto eletrônico, a criação das Comissões de Conciliação Prévia (CCP). “Os trabalhadores são os principais responsáveis pelo lucro da empresa. Precisamos ter a certeza de que o programa vai beneficiar a todos e não somente uma parcela privilegiada de 10%, que são diretores e supervisores. É visível a injusta distribuição quando analisamos os relatórios de pagamentos realizados no ano anterior”, disse Katlin Salles, diretora do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba.
Os trabalhadores cobraram o compromisso em manter a categoria posicionada sobre qualquer mudança ou implementação que aconteça dentro das empresas. “Precisamos fazer parte e ser informados sobre as alterações dos bancos e financeiras a partir do mês de novembro, quando entre em vigor a Reforma Trabalhista”, afirmou Jair. Os reoresentantes dos bancos e financeiras se comprometeram a não fazer mudanças sem antes negociar com as entidades.
A Contraf-CUT irá analisar as propostas das empresas e encaminhar as contrapropostas e ponderações até a próxima reunião, prevista para setembro.