O Dia Internacional das Mulheres foi comemorado pelas bancárias de São Paulo com uma passeata pelas ruas do Centro Velho na segunda 8. Ao som da cantora Adriana Moreira, trabalhadoras chamaram atenção da população com discurso cobrando igualdade de tratamento, respeito e convidando todos a refletir sobre a data.
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> Vídeo: Dia da Mulher em destaque no Momento Bancário
A aposentada Maria da Graça parou em frente à concentração da Nossa Caixa para prestigiar a passeata. “Já passei por várias gerações e fui testemunha da transformação que aconteceu na vida da mulher durante todos esses anos. Muitas coisas foram para o bem como a conquista do seu espaço no mercado de trabalho, mas temos consciência de que precisamos avançar mais, principalmente no combate à violência doméstica”, afirma.
A funcionária pública Maria do Socorro revela que o Dia Internacional da Mulher é especial. “Vemos que a mídia da muito destaque para a data e por isso me sinto importante. Tenho a esperança de que quando as mulheres assumirem o poder, as coisas serão bem melhores”, diz.
Durante a passeata, o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, convocou as trabalhadoras de outras categorias a ampliarem a mobilização para que, a exemplo das bancárias, tenham a licença-maternidade ampliada para seis meses. “A pressão tem de acontecer para que os patrões entendam o quanto esse tempo a mais é importante para as crianças”, disse.
A secretária-geral do Sindicato, Juvandia Moreira, ressalta que a data tem de servir de reflexão sobre o papel da mulher na sociedade e explica o porque do mote “Lugar de mulher é no poder. Ao longo dos séculos os espaços da sociedade têm sido ocupados por homens. A partir dessa constatação, decidimos abraçar essa bandeira e lutar pela mulher no poder. Isso significa ocupar cargos de direção em grandes empresas, bancos, nos poderes legislativo e executivo, porque entendemos que é por meio do poder que conseguiremos transformar a sociedade para seja mais justiça e igualitária. Lugar de mulher é em todo lugar, inclusive no poder”, afirma.
Mais atos – Os protestos do Dia Internacional da Mulher começaram nas primeiras horas da manhã com a distribuição de folder às bancárias de bancos públicos e privados, contando um pouco da história da luta da categoria bancária e da própria data. Também no período da manhã ocorreu debate com a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), na sede do Sindicato. O evento contou com a participação da secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Deise Recoaro.
Erundina considera, por exemplo, que a conquista pela categoria da ampliação da licença-maternidade de quatro para seis meses é um grande avanço social. “A ampliação da licença para que as mulheres fiquem mais tempo com seus bebês é importantíssima. Por isso estamos nos empenhando no Congresso para que seja aprovado projeto de lei para que os seis meses passem a fazer parte da realidade de todas as trabalhadoras”, disse a parlamentar, reforçando ser necessário que haja uma ocupação maior por parte da mulher nas esferas do poder. “As mulheres ocupam menos de 9% das cadeiras na Câmara dos Deputados, menos de 10% no Senado e são pouquíssimas governadoras. Ou seja, mesmo representando praticamente metade da população, temos muito a lutar até chegarmos a uma sociedade com igualdade plena”, afirmou Erundina.
Mês da Mulher – Veja programação do sindicato:
Dia 8 – Visita das dirigentes sindicais às principais concentrações de São Paulo e Osasco
Dia 8 a 18 – Marcha Mundial da Mulheres. Cerca de 3 mil marchantes caminharão de Campinas a São Paulo
Dia 24 – Palestra “A Importância do Aleitamento Materno nos Seis Primeiros Meses de Vida” no Auditório Azul, a partir das 18h. Presença confirmada dos pediatras Dioclécio Campos Junior, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, e Rachel Niskier Sanchez, diretora da entidade