São Paulo – A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse neste domingo (22), a jornalistas, em Brasília, que a presidenta Dilma Rousseff tem compromisso com a recuperação da Bacia do Rio Doce, após o "maior desastre ambiental que o Brasil já enfrentou". Disse que o processo será longo e que talvez a bacia fique em condições melhores do que as anteriores ao rompimento de barragens no último dia 5, na cidade mineira de Mariana.
O rompimento da barragem de rejeitos de Fundão da mineradora Samarco, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton, provocou enxurrada de rejeitos de mineração. No Twitter, a presidenta Dilma disse que o plano de recuperação do Rio Doce será construído por meio de uma ação federativa.
"Tem um aprendizado muito grande toda vez que tem desastre provocado por atividades econômicas”, afirmou Izabella. “Nós temos que rever parâmetros, é uma tradição no mundo. Certamente o governo vai discutir depois de socorrer as vítimas e equacionar as questões emergenciais todo o aperfeiçoamento necessário”, completou.
Izabella participou com Dilma de reunião com o ministro de Assuntos Exteriores e do Desenvolvimento Internacional da França, Laurent Fabius, no Palácio da Alvorada. Também estava presente o ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira.
Fabius é presidente da 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-21), que deve ser realizada em Paris, entre o próximo dia 30 e 11 de dezembro. Antes de visitar o Brasil, Fabius esteve na Índia e na África do Sul, para tratar da agenda do encontro do clima.
“Esperamos, nesta semana, ter uma avaliação de tudo antes de ir para Paris”, afirmou a ministra. “Há condições políticas para um novo acordo global em torno da redução de emissão de gás estufa, não só pelas questões postas, mas também pelo esforço do compromisso dos 2°C (limite para elevação da temperatura do planeta) e o compromisso de não retrocesso”, disse Izabella.
Fabius destacou o compromisso dos países com a redução da emissão de gases estufa: "Temos um ambicioso compromisso. Ambicioso porque precisamos lutar contra as mudanças climáticas, mas também no sentido do compromisso porque a situação de diferentes países evidencia a necessidade de encontramos um acordo", disse.