Segundo adiamento de leilÆo na Nossa Caixa deixa d£vidas no ar

(São Paulo) O leilão de privatização da Nossa Caixa Capitalização foi, mais uma vez, adiado pelo banco. Inicialmente marcado para 26 de abril, o leilão foi transferido para 17 de maio e agora tem nova data: 07 de junho. Tudo leva a crer que os adiamentos estão diretamente ligados com a intenção da direção da Nossa Caixa, de forçar a participação da MAPFRE Vera Cruz Vida e Previdência que, no ano passado, arrematou a subsidiária de seguros do banco paulista e cujo processo encontra-se sob questionamento jurídico face a diversas irregularidades.

 

“Assim como aconteceu na privatização da Seguradora, a SUSEP não pré-qualificou a MAPFRE, pelo mesmo motivo, que é não ter ativos suficientes para suportar a compra da empresa. Mas, estranhamente, a direção do banco vem adiando sucessivamente o leilão, exatamente para permitir a participação da seguradora de origem espanhola que, em matéria publicada na Gazeta Mercantil, garantiu que ganhará o leilão”, relata o diretor de Bancos Estaduais da FETEC/CUT-SP, Elias Maalouf.

 

O dirigente lembra que a MAPFRE tem como conselheiro o ex-secretário de Ciências e Tecnologia do governo Alckmin, Rui Martins Altenfelder da Silva.

 

Na avaliação de Maalouf, o presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, precisa explicar porque não acatou a determinação da SUSEP, no caso da subsidiária de seguros, sendo que agora adia por duas vezes o leilão da Nossa Caixa Capitalização, o que dá indícios de que a intenção é permitir a participação da MAPFRE.

 

Além da MAPFRE, a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), órgão do Ministério da Fazenda que fiscaliza empresas de venda de seguros, desqualificou a Metropolitan Life Seguros e Previdência S.A., restando como pré-qualificada ao leilão apenas a Itumbiara Participações Ltda., ligada ao grupo Icatu.

 

A intenção do governo do estado de São Paulo com o leilão é vender 57% das ações da Nossa Caixa Capitalização. A idéia é transferir para a iniciativa privada o controle da subsidiária, equivalente a 51% das ações, em bloco único, na Bovespa e oferecer os 6% restantes aos minoritários. Ao preço mínimo de R$ 8,68 por ação, o governo de São Paulo arrecadaria R$ 26,7 milhões com o a venda das ações.

 

Escândalo

Nesta terça-feira, a Comissão de finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa de SP aprovou o requerimento para realização de auditoria especial, pelo Tribunal de Contas do estado, nos contratos de publicidade da Nossa Caixa. Na mesma sessão, estava prevista também votação do requerimento de convocação do gerente do departamento Jurídico do banco, José Luiz F. Buzo, mas o requerimento foi retirado, devendo ser votado somente após a análise dos documentos enviados pelo banco. “As manobras dos deputados da base do governo continuam, sempre tentando impedir a apuração das denúncias”, conclui Elias Maalouf.

 

Fonte: Lucimar Cruz Beraldo – Fetec SP

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