(São Paulo) Uma semana antes das negociações com o HSBC, os bancários realizaram hoje, pelo segundo dia consecutivo, protestos em todo o país em mais um Dia Nacional de Lutas. O objetivo é pressionar o banco para garantir a Cesta de Natal, composta pelo vale-refeição e cesta-alimentação.
“O lucro do HSBC por empregado no primeiro semestre subiu 58,9% em relação ao mesmo período de 2005. Quem corre o dia todo para cumprir as metas sabe por que o aumento foi tão acentuado. Sofremos o ano todo e merecemos este benefício adicional, que representaria um pouco mais de folga no orçamento para as festas”, afirma Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT.
No Rio de Janeiro, mais de 200 bancários pararam a sede administrativa do banco, em São Cristóvão, das 7h às 11h. As manifestações tiveram carro de som, distribuição de cachorro quente e até um Papai Noel.
“A atividade foi muito boa, nunca tivemos um protesto assim no HSBC do Rio de Janeiro. Praticamente todos os 200 funcionários que trabalham na sede do banco no período da manhã aderiram ao movimento. Aproveitamos e fizemos uma pesquisa sobre os problemas de saúde dos bancários e colocamos cédulas com várias cores para identificar o nível dos sintomas de doenças ocupacionais que o bancário sente”, afirmou Vanderlei Souza Ferreira, o Jacaré, diretor do Sindicato do Rio e empregado do HSBC.
Em São Paulo, a bem-humorada atividade dos bancários do HSBC foi realizada no Masp, na avenida Paulista. É o terceiro dia de protestos que já contaram com a participação dos funcionários do banco no Tower – concentração onde estão a diretoria e a presidência da empresa – e no Casp – o centro administrativo do HSBC.
“Vamos continuar protestando até que o banco pague a cesta de Natal dos seus empregados”, avisa Paulo Rogério Cavalcante Alves, funcionário do HSBC e diretor do Sindicato. “A atividade está sendo muito bem recebida. Os bancários estão se sentindo injustiçados. O HSBC está acumulando resultados expressivos e se nega a pagar uma cesta de natal. Isso não tem cabimento. Ainda mais quando se sabe que a direção do HSBC está gastando R$ 700 mil com a reforma da sala do Emilson Alonso”, completa o dirigente.
Em Rondônia, o Sindicato dos Bancários paralisou na capital Porto Velho, durante uma hora, as agências do HSBC, onde foram distribuídos por um “banqueiro”, abacaxis para clientes e bancários. Os trabalhadores também lembraram de outras reivindicações, como melhorias no plano de saúde e odontológico, isonomia do plano de cargos e salários, aumento do número de bolas educacionais de 900 para 2.800, fim do assédio moral e da terceirização.
Além do HSBC, os bancários de Rondônia também protestaram contra o Unibanco, pelas demissões que ocorreram em Porto Velho face a política de substituir o pessoal mais antigo por recém contratados, para diminuir a folha salarial. No início desta semana, foram demitidos dois funcionários do banco, uma gerente geral com 18 anos de casa e um gerente assistente que já trabalhava há 13 anos na empresa. O protesto retardou a abertura da agência em uma hora e os sindicalistas prometeram intensificar a mobilização.
Em Brasília os diretores do Sindicato fizeram distribuição da nota nas grandes agências do HSBC no Plano Piloto.
Fonte: Contraf-CUT, com sindicatos