(São Paulo) Os bancários do Brasil participaram com destaque das reuniões realizadas esta semana na Europa com os bancos interessados na compra do ABN/Amro. Representados pela diretora da Contraf-CUT, Deise Recoaro, os trabalhadores brasileiros deixaram claro que, independentemente de qual banco comprar o ABN, a manutenção do emprego é fundamental e o movimento sindical vai brigar contra qualquer demissão.
“Saímos mais fortalecidos para defender os empregos no Brasil, porque não estamos sozinhos nesta luta. A UNI, com seu milhares de sindicatos em todo o mundo, vai fazer a intermediação internacional junto com a gente. Aqui no Brasil, os sindicatos devem ampliar a mobilização e a Contraf tem de envolver o governo federal e o Banco Central no debate sobre a venda do ABN”, destaca Deise.
A UNI, central sindical mundial à qual a Contraf-CUT é filiada, foi a responsável pela reunião entre os trabalhadores e os bancos Santander, RBS e Fortis, realizada na Escócia. O Brasil foi o único país da América a participar do encontro. Durante a reunião, representantes da UNI questionaram dos bancos a falta de informações sobre as negociações, principalmente no Brasil.
“Os representantes dos bancos disseram que não têm acesso aos dados. O Santander chegou a dizer que não sabia que queríamos informações e por isso não prepararam nada. Mas garantiu que o Santander quer crescer no Brasil, pois considera nosso mercado atraente e que os negócios da empresa vão muito bem por aqui”, detalhou Deise.
Além da reunião com os bancos, a Contraf-CUT participou de outros dois debates. “Falei sobre a preocupação do Brasil com relação ao emprego, já que as fusões e aquisições do sistema financeiro sempre terminam em demissões por aqui. Todos se mostraram solidários e preocupados com a nossa situação e, por isso, tivemos destaque na reunião. Ressaltei ainda que a situação dos bancários no Paraguai é a mesma e que eles também precisam de atenção”, finalizou Deise.
Fonte: Contraf-CUT