Egípcios se reúnem para megaprotesto no centro de Cairo contra o governo

Milhares de egípcios estão reunidos na manhã desta terça-feira (1) na Praça Tahrir, no centro do Cairo. A população local se prepara para um dia de grandes protestos para pedir a renúncia do presidente Hosni Mubarak, informa o jornal The Wall Street Journal.

O Exército está com forte presença no centro da capital egípcia e um helicóptero militar sobrevoou a praça, porém as tropas não tentam impedir as pessoas de se reunir. Em postos de controles em importantes vias que levam à praça, os soldados pedem identidade dos pedestres e revistam as pessoas em busca de armas, mas deixam todas passar.

Nas proximidades do Cairo havia relatos isolados de policiais impedindo ônibus com ativistas e pessoas comuns de chegar ao local dos protestos. Um grupo de ativistas formado em sua maioria por professores universitários organizou viagens de ônibus de partidários para ir ao Cairo, mas pelo menos dois veículos foram parados em postos de controle da polícia do Ministério do Interior, ao longo da rodovia de Giza e nas proximidades do Cairo.

Forças de segurança vestidas à paisana retiraram as pessoas dos dois ônibus e disseram que elas não poderiam prosseguir. Os ativistas disseram que buscam um novo caminho para chegar ao centro do Cairo.

Os manifestantes convocaram para hoje uma marcha de um milhão de pessoas rumo ao Palácio Presidencial, que fica a dez quilômetros do centro do Cairo. Eles recusaram uma oferta feita na noite de ontem pelo presidente para se discutir reformas políticas. Os partidos de oposição dizem não querer negociar enquanto Mubarak permanecer no cargo.

Por enquanto, o clima na Praça Tahrir é mais tranquilo que o registrado na semana passada, quando houve duros confrontos com as forças de segurança. Os organizadores instalaram um telão, de onde projetam imagens da rede Al-Jazira e tocam música, enquanto a multidão se reúne.

Em outros pontos da capital, pessoas diziam que os suprimentos de produtos básicos como açúcar, arroz, sal, massa, pão e farinha estavam acabando. Os supermercados estão colocando anúncios informando que esses itens estão em falta. Padarias locais já aumentaram os preços e dizem que estão ficando sem farinha. O pão é um alimento essencial na dieta dos egípcios.

A Standard & Poor’s rebaixou hoje o rating da dívida externa do Egito e informou que pode rebaixá-lo ainda mais. A agência de classificação de risco afirmou esperar que as manifestações violentas prossigam, mesmo com o anúncio feito por Mubarak de um vice-presidente, para tentar acalmar os ânimos.

A Moody’s Investors tomou ontem decisão similar à da Standard & Poor’s. Para as duas empresas, o Egito está dois passos abaixo do grau de investimento. Em meio aos protestos, a Bolsa de Valores do Egito está fechada hoje e prosseguirá sem operar amanhã, informou um porta-voz da entidade.

Ainda hoje, 50 grupos pelos direitos humanos egípcios pediram a Mubarak que deixe a presidência, para “evitar um banho de sangue”. Os protestos iniciados na semana passada deixaram pelo menos 125 mortos pelo país. As informações são da Dow Jones.

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