Ex-prefeito envolvido no assalto ao BC de Fortaleza pega 49 anos de prisão

O ex-prefeito de Boa Viagem, Antônio Argeu Nunes Vieira, foi condenado pela Justiça Federal a 49 anos de prisão, além de multa no valor de quase R$ 4 milhões. O ex-chefe do município do Sertão cearense é acusado de ter sido um dos financiadores da quadrilha que furtou R$ 164,7 milhões do Banco Central de Fortaleza, em agosto de 2005. De acordo com as investigações da Polícia Federal, o ex-prefeito teria repassado R$ 100 mil ao bando e recebido em troca R$ 4 milhões.

Vieira vai responder em liberdade por causa de uma liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça. O advogado de defesa informou que vai recorrer da sentença.

O roubo ao BC de Fortaleza aconteceu em agosto de 2005 e foi o maior assalto a banco da história do Brasil. Os assaltantes chegaram ao cofre após cavar um túnel entre uma residência e a sede do banco. Além de Vieira, pelo menos 11 pessoas já foram condenadas pelo crime. Trinta e seis pessoas teriam participado diretamente do assalto.

O túnel escavado em Fortaleza tinha cerca de 80 metros de extensão e 70 centímetros de espessura. Para entrar no cofre, a quadrilha perfurou o piso de ferro revestido de concreto. O circuito interno de televisão não gravou imagens.

Cinqüenta dias depois do crime, a Polícia Federal encontrou, na casa onde estavam escondidos alguns dos acusados, cerca de R$ 12 milhões em notas de R$ 50. O dinheiro estava debaixo do piso de um dos quartos. Em agosto de 2006, a PF confirmou que R$ 418 mil encontrados por três crianças no interior de uma casa abandonada, em Natal, também são fruto do roubo.

Dois meses após o assalto, começou uma série de seqüestros de parentes e acusados do roubo. Em outubro de 2005, Luís Fernando Ribeiro, um dos integrantes da quadrilha, foi seqüestrado e morto dois dias depois, mesmo após a família pagar o resgate. Um mês mais tarde, foi seqüestrada Marli Rodrigues Cunha, mulher do ex-vigilante Deusimar Neves Queiroz, preso por envolvimento no assalto. Ela levou os bandidos até o lugar onde estavam escondidos R$ 500 mil.

Duas semanas depois, o empresário José Elizomarte Fernandes Vieira, que vendera onze carros para integrantes da quadrilha, também foi seqüestrado. A costureira Rejane do Nascimento Ferreira, cunhada de Antônio Edimar Bezerra, dono da casa onde estavam escondidos R$ 12,5 milhões, foi vítima de seqüestro em fevereiro de 2006. Dois meses depois, foi seqüestrado o irmão de Antonio Jossivam Alves dos Santos, acusado de ser o chefe da quadrilha.

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