Lucro do banco BBVA cai 94% no trimestre e fica em US$ 43,5 milhões

O segundo maior banco espanhol, BBVA, sofreu uma forte queda de 94% em seus lucros no quarto trimestre de 2009, devido a medidas efetuadas para tentar se proteger dos ativos devedores, segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira.

O lucro líquido do grupo foi de 31 milhões de euros (US$ 43,5 milhões) no quarto trimestre, contra os 519 milhões de euros (US$ 729,8 milhões) um ano antes, segundo um comunicado, no qual também foi indicado que “a prioridade no quarto trimestre foi a consolidação das contas do grupo”.

A expectativa dos investidores era de um lucro líquido trimestral de 1,07 bilhão de euros (US$ 1,5 bilhão), segundo levantamento citado em reportagem no site do diário americano “The Wall Street Journal”.

O banco informou que fez uma provisão de 1,79 bilhão de euros (US$ 2,51 bilhões) no trimestre passado para cobrir perdas com créditos duvidosos. A parcela de créditos inadimplentes correspondeu a 4,3% do total no período, contra 3,4% no trimestre anterior e 2,3% um ano antes.

O banco ainda registrou 1,05 bilhão de euros (US$ 1,47 bilhão) em encargos para se ajustar ao valor de sua divisão nos EUA e para empréstimos duvidosos.

O BBVA, já com forte presença na América Latina, comprou quatro bancos nos Estados Unidos. A empresa conseguiu evitar os piores efeitos da crise financeira global – que acarretou a recessão da qual apenas recentemente as principais economias conseguiram se recuperar – ao se manter focada no setor de varejo.

Com isso, o BBVA conseguiu comprar ativos de bancos mais atingidos –no ano passado a instituição venceu o leilão feito pelo governo americano para ficar com o Guaranty Financial Group, do Texas (sul dos EUA), que teve pesadas perdas com a crise.

O BBVA, no entanto, agora se depara com condições difíceis nas economias de seus principais mercados. As provisões para cobrir perdas incluem 200 milhões de euros (US$ 281 milhões) relativos ao mercado imobiliário na Espanha; 164 milhões de euros (US$ 230,8 milhões) em empréstimos a consumidores na espanha e em Portugal; e 73 milhões de euros (US$ 102,7 milhões) em dívidas de cartões de crédito no México.

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