Santander estuda oferta de ações no Reino Unido e nos Estados Unidos

Victor Mallet e Sharlene Goff
Financial Times, de Madri e Londres

Emilio Botín, presidente do conselho de administração do Santander, disse que os IPOs nos EUA e Reino Unido não podiam “ser previstos no momento”.

O Santander, o maior banco da zona do euro em capitalização de mercado, cogita dar sequência à abertura de capital da sua subsidiária brasileira no ano passado com ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) para as suas operações no Reino Unido e nos EUA, de acordo com pessoas a par das intenções do grupo.

Essas fontes disseram que o Santander começou a discutir a possibilidade de uma abertura de capital das suas operações no Reino Unido logo depois do IPO no Brasil, que captou US$ 7 bilhões em outubro, e que prospecta a possível abertura de capital da sua subsidiária Sovereign Bancorp nos EUA em 2011 ou 2012.

Novas regras globais sobre capital para subsidiárias, formuladas pelo Comitê de Supervisão Bancária da Basileia, porém, deverão tornar o caminho do IPO financeiramente menos atraente do que foi no passado, o que refreou um pouco o entusiasmo dos executivos do Santander.

A exemplo de outros bancos internacionais duramente atingidos pela crise econômica mundial, o Santander está atento a formas de obter ganhos de capital sobre seus investimentos internacionais e reforçar a solidez do seu capital.

Uma venda parcial através de um IPO nas suas operações no Reino Unido – o banco acrescentou a Alliance & Leicester e as agências e depósitos do Bradford & Bingley à sua franquia Abbey durante a crise – seria uma forma de levantar recursos e compensar a debilidade do mercado espanhol.

O Santander foi sondado por um punhado de bancos de investimento ansiosos em ajudar a custear uma expansão adicional planejada no Reino Unido, de acordo com pessoas familiarizadas com a situação. Nada menos que cinco bancos apresentaram ideias para a captação de recursos ao Santander nas semanas recentes, incluindo um registro em bolsa de valores.

Perguntado sobre a possibilidade de um IPO, Emilio Botín, presidente do conselho de administração do Santander, disse na quinta-feira que a questão “não podia ser prevista no momento”.

Pelas novas regras formuladas no fim do ano passado pelo comitê da Basileia, o órgão regulador internacional, bancos que venderem participações minoritárias em companhias subsidiárias continuarão obrigados a responder pelas necessidades de capital da companhia como um todo.

O Santander está ansioso para levantar capital visando se expandir no Reino Unido, área que a instituição identificou, junto com o Brasil, como um mercado de crescimento estratégico. A instituição está particularmente interessada em construir sua presença no segmento de banco de pessoas jurídicas.

O Santander está entre um dos principais candidatos a comprar a rede de 318 agências que o Royal Bank of Scotland precisa vender como condição para a ajuda estatal que recebeu. A venda alienará parte da unidade de pequenos clientes pessoa jurídica e um pequeno número de clientes de varejo do RBS.

O Santander é um dos poucos bancos estabelecidos no Reino Unido capazes de apresentar uma proposta de compra por esses ativos, depois de ter se qualificado por estreita margem pelo critério de competitividade. Outros bancos que manifestaram o interesse incluem também o National Australia Bank e o Virgin Money.

A venda das agências do RBS deverá consumir vários meses, à medida que o banco amparado pelo governo precisa antes desvincular as contas correntes relevantes do seu sistema de TI e recondicioná-las para o comprador.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram