Alta rotatividade provoca redução na criação de empregos em outubro

criação de postos de trabalho com carteira assinada em outubro de 2012 – saldo de 66,9 mil empregos – foi a segunda mais baixa nos últimos dez anos para esse mês, ficando à frente apenas do saldo em 2008, ano da crise financeira internacional. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o resultado não alcançou a metade dos empregos gerados em setembro deste ano ou em outubro de 2011.

No total, foram 1,7 milhão de admissões (1.710.580) e 1,6 milhão de demissões (1.643.592) formais em outubro de 2012. Com isso, as demissões também foram as maiores para os meses de outubro, de acordo com a série histórica do indicador.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o saldo de outubro indica uma desaceleração no ritmo de crescimento dos postos de trabalho formais, que alcançou 176,1 mil em setembro de 2012 e 160,1 mil em outubro do ano passado.

No acumulado do ano, houve expansão de 4,46% no estoque de mão de obra celetista em relação ao mesmo período de 2011, somando 3,9 milhões de empregos formais gerados. Estima-se que, em novembro, esse estoque ultrapasse 4 milhões. Em dezembro, no entanto, deve haver nova queda, fazendo o ano fechar em torno dos 3,5 milhões.

“É a rotatividade comendo solta”, disse o secretário de Políticas Públicas de Emprego do MTE, Rodolfo Torelly, ao comentar os resultados de outubro. Segundo ele, 2012 segue um padrão semelhante ao de 2011, quando foram criados 2 milhões de postos formais, resultado de 22 milhões admissões e 20 milhões demissões.

O secretário informou que o governo formou um grupo de trabalho no âmbito do Programa Brasil Maior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), para investigar as causas do crescimento da rotatividade nos postos de trabalho. De acordo com estatística da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do MTE, a taxa de rotatividade alcançou 36 pontos em 2009, número mais recente.

“Estamos justamente tentando entender isso, que pode ser uma dinâmica natural, por aposentadoria, morte, término de contrato ou mudança de emprego. Mas há demissões que são forçadas, por isso há discussões entre o setor patronal e o dos trabalhadores. O objetivo é fazer com que essa rotatividade naturalmente caia”, explicou Torelly.

Os desempenhos negativos ocorreram na agricultura, com menos 20,1 mil vagas; na construção civil, menos 8,2 mil; e na administração pública, menos 3,5 mil. No caso da agricultura, o saldo desfavorável foi devido aos desempenhos no cultivo de café, em Minas Gerais e São Paulo, e de uva, em Pernambuco e na Bahia – resultado de fatores relacionados à sazonalidade.

Na construção civil, o desempenho ficou aquém do esperado devido à expiração de contratos de trabalho e ao atraso para novas contratações por causa do período de chuvas. O estado com o pior desempenho na criação de vagas formais foi Minas Gerais, com mais de 5 mil desligamentos, seguido pela Bahia (4,8 mil) e por Goiás (1,6 mil).

Os setores com melhores resultados em outubro foram o comércio, com a criação de 49,5 mil postos; serviços, com 21,7 mil; e indústria de transformação, com 17,5 mil – que foi o destaque do balanço, pois gerou mais de três vezes mais vagas do que no mesmo período no ano passado, quando foram cerca de 5,2 mil. De acordo com o secretário Torelly, esse é um indicativo animador: “quando a industria cresce, tudo floresce”.

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