Mais de 100 trabalhadores se reuniram nesta terça-feira, 15, em frente ao consulado mexicano em São Paulo para protestar contra a situação de repressão ao sindicalismo no México. A ação faz parte de uma jornada internacional organizada pelas Federações Sindicais Internacionais com o apoio da CSA e CSI. No Brasil, o ato foi realizado pela Contraf-CUT, centrais sindicais brasileiras (CUT, Força Sindical e UGT) e UNI Sindicato Global, e contou com a participação da CUT-SP, Sindicato dos Bancários de São Paulo, CNQ, Contracs e Fitert.
O ato culminou com a entrega de uma carta ao cônsul mexicano exigindo que o governo mexicano assuma responsabilidade pela tragédia ocorrida na mina Pasta de Conchos, onde 65 trabalhadores morreram em 16 de fevereiro de 2006. O documento também denúncia asviolações sistemáticas da liberdade sindical dos trabalhadores mexicanos.
A carta foi entregue por uma comissão formada por Ricardo Jacques, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Marcio Monzane, diretor regional da Uni Américas, e Laerte Teixeira, secretário de políticas Sociais da CSA.
“Destacamos as reivindicações contidas na carta, com destaque para a responsabilização do governo pela explosão na mina de Pasta Conchos, o pagamento de indenização justa às famílias das vítimas e a recuperação dos 63 corpos não encontrados, para que as famílias possam enterrar seus entes queridos de forma digna”, afirmou Ricardo Jacques.
Marcio Monzane destacou a importância do México no continente, país com democracia antiga e que, no entanto, nos surpreende com política de violação de direitos sindicais. “Queremos que estas questões sejam observadas pelo governo mexicano e que a garantia dos direitos dos trabalhadores seja uma das prioridades do governo”, afirma.
“Ações similares também ocorreram nos consulados mexicanos de mais de 25 países em todos os continentes”, lembrou Laerte Teixeira. “O cônsul em São Paulo se comprometeu a comunicaar nossas demandas ao embaixador mexicano no Brasil”, completou.
As mobilizações também ocorrem no próprio México, onde o movimento sindical destacará ao longo de toda a seman o abuso sistemático dos direitos trabalhistas. Algumas das organizações mais atacadas tem sido o Sindicato Mexicano de Electricistas (SME), o UNTyPP, que representa os trabalhadores da empresa petrolífera PEMEX, e o Sindicato de Telefonistas (STRM).