(São Paulo) O Sindicato dos Bancários de São Paulo e a CUT-SP fizeram nesta quarta-feira, dia 29, uma passeata pelas ruas do Centro, com mais de 2.500. A manifestação saiu da praça da Sé, passando pelas ruas Boa Vista e Líbero Badaró, até a praça Ramos e serviu de aquecimento para a 3ª Marcha do Salário Mínimo e Imposto de Renda que acontecerá no dia 6, em Brasília.
A manifestação em São Paulo foi uma das muitas que ocorreram em todo o país, organizada pela CUT. Em 2006, os trabalhadores reivindicam um reajuste da tabela do imposto de renda de 7,7% e o aumento do salário mínimo para R$ 420.
“A luta pela correção da tabela é uma luta pela ampliação do salário dos trabalhadores. O aumento real duramente conquistado pelas campanhas salariais, sem a correção da tabela, muitas vezes não resolve, desaparece na cobrança do imposto. Por isso, os bancários estão integrados nessa que é luta muito justa por aumento na distribuição de renda e no salário dos trabalhadores”, lembra o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
“Tivemos uma excelente presença de bancários nesta passeata, além de outras categorias ligadas à CUT, como os metalúrgicos do ABC, Apeoesp, Sindsaúde, Químicos”, lembra o secretário de Imprensa da CUT/SP, Daniel Reis, que também é diretor do Sindicato.
Apesar de ser apenas a terceira marcha, os trabalhadores já colhem resultados práticos da mobilização iniciada em 2004 pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
O presidente do Sindicato ressaltou a importância da negociação com o governo. “Em anos anteriores os trabalhadores não eram recebidos. Aproveitamos que este governo Lula é mais democrático para inserirmos a visão do trabalhador em questões fundamentais, como a correção da tabela do imposto de renda e o reajuste do salário mínimo”, diz.
Marcolino lembra que durante oito anos de governo FHC, a tabela do IR foi corrigida uma única vez, apresentando uma defasagem de 1996 a 2002 de 39,5%. Já no governo Lula, em três anos, a tabela foi corrigida duas vezes, 10% em 2004, e 8%, em 2005, sendo que o compromisso é zerar a inflação dos quatro anos de governo.
Atualmente, quem ganha até R$ 1.257,12 por mês está isento de pagar qualquer alíquota de imposto de renda. Quem ganhar acima deste valor, entre R$ 1.257,13 e 2.512,08, terá de pagar alíquota de 15% referente ao salário. E, acima de R$ 2.512,08, a alíquota será de 27,5%.
Mais propostas
Além da correção de 7,7% na tabela do IR, os trabalhadores também vão reivindicar uma tabela progressiva para os descontos do imposto de renda. Atualmente são duas faixas (27,5% e 15%) e as centrais querem passar para cinco. Às duas seria acrescidas outras três: 10%, 20% e 25% (veja tabela abaixo).
Outra proposta que está sendo discutida dentro da CUT, esclarece Marcolino, é uma proposta de desconto integral de gastos com educação. Atualmente, o teto anual é de R$ 2.198.
“Sabemos que é possível que essa regra seja incorporada. A educação é uma das prioridades do novo governo e não pode ser encarada como um gasto, mas como um investimento”, lembra Marcolino.
Transporte
Qualquer bancário pode se inscrever para ir à marcha de Brasília. As inscrições podem ser feitas no Sindicato, que já reservou cinco ônibus. O transporte será gratuito.
Para se cadastrar, o bancário deve ligar para a Central de Atendimento (3188-5200) ou em uma das regionais. A saída será no dia 5, às 15h, na Quadra dos Bancários e o retorno, logo após o ato. Para se credenciar, basta informar o nome completo, CPF, RG, banco em que trabalha, telefone e e-mail
Fonte: Ricardo Negrão – Seeb SP