Bancários protestam contra demissões do Santander em Fortaleza

Mobilização por emprego e melhores condições de trabalho

Uma manifestação em frente à agência Santos Dumont, do Santander, foi realizada pelo Sindicato dos Bancários do Ceará nesta terça-feira, dia 27, em Fortaleza. A atividade reuniu bancários que protestaram contra as demissões e o adoecimento de trabalhadores.

Os bancários cobram o fim das dispensas e exigem mais contratações, fim do assédio moral e das metas abusivas. A mobilização fez parte da Jornada Nacional de Luta, iniciada no último dia 13 em todo o País.

O diretor do Sindicato e funcionário do Santander, Ailson Duarte, denunciou a política nociva do Santander. “Já foram feitas vários atos com a intenção de pressionar o banco para, ao invés de extinguir agências como em Fortaleza – está previsto o fechamento de duas unidades -, fazer com que o Santander contrate mais funcionários para atender os clientes e acabe com o assédio moral e cobrança de metas cada dia mais abusivas”, destacou.

Segundo Eugenio Silva, diretor do Sindicato e funcionário do Santander, “esse banco demitiu de janeiro a abril deste ano 15 bancários em Fortaleza e cortou 970 vagas em nível nacional. Isso reflete no atendimento à população. Quando demite, as metas continuam as mesmas e aumenta a sobrecarga dos que ficam. Essas demissões prejudicam tanto os trabalhadores, como os clientes, bem como afetam os resultados do banco, líder em reclamações no Banco Central”.

Ele denuncia ainda que as agencias estão lotadas e os funcionários não têm culpa disso. Na agência do Montese, por exemplo, um cliente tentou agredir o gerente da unidade.

“O cliente precisa reclamar junto aos canais do Santander e do Banco Central e pressionar pela contratação de mais bancários, pois as péssimas condições de trabalho estão adoecendo os funcionários com síndrome do pânico, depressão, ansiedade etc”, disse.

Cruel aumento de metas

Os diretores do Sindicato, Gustavo Tabatinga e Bosco Mota, ambos funcionários do Banco do Brasil, protestaram contra essa política de demissões e do exaustivo e cruel aumento de metas do Santander. Exploração pura!

“Sob ameaça, os que ficam passam a vender produtos desesperadamente para garantir seu posto de trabalho. O pior é que o Santander envia todo esse lucro para a Espanha, onde não há demissões como aqui no Brasil. Temos que pressionar para por fim a essa situação, pois não tem tempo ruim pra banco, só para seus trabalhadores”, denunciam.

Para Robério Ximenes, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco, “mais uma vez estamos protestando contra essa política que assola o País, envolvendo o Sistema Financeiro, com seus lucros exorbitantes. Os bancos são os que mais acumulam riqueza no Brasil e é os que mais exploram seus trabalhadores. Os bancos estão demitindo, prestado péssimo serviço à população, mas continuam cobrando juros e tarifas exorbitantes dos clientes. É preciso denunciar”.

“Vamos continuar pressionando o Santander a parar de demitir, abrir diálogo com o movimento sindical e mudar sua forma de gestão no Brasil”, reafirmou Eugenio Silva.

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