Contraf discute fusão do ABN e Santander com a presidente do Cade

(São Paulo) Em mais uma etapa da luta dos bancários do ABN e do Santander pela manutenção do emprego, a Contraf-CUT reúne-se na próxima quinta-feira, dia 25, com Elizabeth Farina, presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A audiência de quarenta minutos está marcada para 10h, em Brasília.

O objetivo é discutir os problemas que a fusão dos dois bancos vão causar para o Brasil, com mais concentração bancária. “O Cade está analisando a compra do ABN pelo Santander e nós queremos dar nossa contribuição, já que somos parte envolvida e conhecemos muito bem os problemas da fusão e aquisição no sistema financeiro nacional”, explica Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf-CUT.

O dirigente destaca que os bancários vão até o Cade não só para falar do emprego, mas também para defender os clientes dos problemas da concentração bancária no Brasil. “O poder dos bancos no nosso país vem justamente desta falta de competição que há no sistema financeiro nacional. Com poder de mercado, prejudicam toda a sociedade, ao impor pesados e vergonhosos juros, spread, tarifas e taxas. Com a compra do ABN pelo Santander, a situação só vai piorar”, alerta Cordeiro.

No último dia 10, o Cade solicitou mais informações sobre a compra do banco holandês ABN Amro pelo consórcio formado pelo banco britânico RBS (Royal Bank of Scotland), o espanhol Santander e o belga-holandês Fortis. O conselheiro Abraham Sicsu pediu aos bancos que enviem informações sobre as operações financeiras das instituições. O banco já havia apresentado dados de cartões de crédito e seguro. O Cade, no entanto, não considerou suficiente.

Cordeiro destaca que os bancários têm uma série de informações que vai interessar muito ao Cade. A subseção do Dieese na Contraf-CUT já preparou uma análise sobre o impacto das fusões e aquisições do sistema financeiro nacional. “Vamos levar vários documentos e comprovar que este negócio favorece os bancos na mesma proporção em que prejudica toda a sociedade. Nós, bancários, vamos ser os primeiros a sentir os resultados da compra do ABN pelo Santander com as demissões. Mas os clientes, usuários e a sociedade também serão afetados e muito”, conclui Cordeiro.

Fonte: Contraf-CUT

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