Para defender a CAIXA contra ameaças de fatiamento e privatização, empregadas e empregados de todo o Brasil se mobilizaram, nesta quinta-feira, 29, para a realização de um Dia Nacional de Luta. O Sindicato promoveu um ato em frente à agência 21 de Abril, em Belo Horizonte, para conscientizar bancários e a população sobre a importância de defender a CAIXA 100% pública.
Em 157 anos de existência, a CAIXA consolidou o seu protagonismo no desenvolvimento econômico e social do Brasil. Não tem sentido enfraquecer, fatiar, reduzir e privatizar o banco. Mas é isto o que vem fazendo o governo Temer.
Por meio da redução do quadro de empregados, do fechamento de agências, da privatização da gestão ou de ameaças de fatiamento, o atual governo está reduzindo o papel social da CAIXA. Com isso, todos os brasileiros saem prejudicados, seja pela piora na qualidade do atendimento ou pelos cortes em políticas públicas.
Já o governo eleito confirmou que Pedro Guimarães presidirá o banco a partir de 2019. Indicado por Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, Pedro é sócio do banco de investimento Brasil Plural e atua há mais de 20 anos no mercado financeiro na gestão de ativos e reestruturação de empresas. Na CAIXA, especula-se que deverá iniciar sua gestão pela venda da área de cartões de crédito e de seguros.
O fatiamento ou a privatização do banco pode gerar sérios problemas para o Brasil. Em alguns estados, a CAIXA é responsável por praticamente todos os financiamentos. Em muitos municípios, o banco é o único que está presente para oferecer serviços bancários e crédito à população, principalmente a de baixa renda. Pensando apenas nos lucros, os bancos privados não têm interesse em desempenhar este papel social.
“A CAIXA é o banco da casa própria, da poupança, do Fies, das loterias, do Bolsa Família, do saneamento, do esporte, da cultura e do FGTS. Temos que defender este patrimônio do povo brasileiro e, para isso, é necessária muita mobilização dos empregados em todo o país. O atual governo e o governo eleito ameaçam o papel social da CAIXA e também os direitos dos empregados. Por isso, defenda a CAIXA você também”, afirmou a presidenta do Sindicato, Eliana Brasil.
Venda da Lotex
O leilão da Loteria Instantânea da CAIXA (Lotex), marcado para esta quinta, 29 de novembro, foi adiado para 2019. A ameaça, porém, permanece e é fundamental utilizar este tempo para fortalecer a luta e a resistência contra mais este ataque aos brasileiros.
A venda da Lotex traria grandes prejuízos ao interesse público, já que quase metade dos valores arrecadados pelas loterias CAIXA é revertido para investimentos em saúde, segurança, educação, esporte, cultura e seguridade social.
Em 2017, as loterias CAIXA, de forma global, registraram uma arrecadação próxima a R$ 14 bilhões. Desse montante, quase metade (48%) foi destinado aos programas sociais. Já no primeiro semestre de 2018, dos R$ 6,5 bilhões arrecadados, aproximadamente R$ 2,4 bilhões foram transferidos para programas sociais, correspondendo a 37,6% do total.
Se a venda da Lotex for efetivada, o montante de investimentos deverá ser reduzido drasticamente, já que o leilão prevê repasse social de apenas 16,7%.
Por isso, não tem sentido privatizar a Lotex. A CAIXA tem experiência de mais de 15 anos na operação da Loteria Instantânea e conta com casas lotéricas em todo o país, tendo plenas condições de tocar seu crescimento. É importante destacar também que este seria apenas o início da entrega de outros setores das loterias e da CAIXA.