Mais de 22 mil trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil estiveram reunidos nesta terça-feira, 1º de junho, para a Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora. Realizado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, o evento aprovou a Agenda da Classe Trabalhadora, documento unificado das centrais sindicais com propostas políticas e econômicas que os trabalhadores querem ver implementadas no Brasil no próximo período.
“Nosso maior desafio é não permitir o retrocesso, a volta daqueles que implementaram as políticas neoliberais na década de noventa”, disse Artur Henrique, presidente da CUT antes de abrir a votação.
O documento reúne 249 propostas organizadas em seis eixos estratégicos: Crescimento com Distribuição de Renda e Fortalecimento do Mercado Interno; Valorização do Trabalho Decente com Igualdade e Inclusão Social; Estado Como Promotor do Desenvolvimento Socioeconômico e Ambiental; Democracia com Efetiva Participação Popular; Soberania e Integração Internacional; e Direitos Sindicais e Negociação Coletiva.
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Artur também comemorou a unidade demonstrada pela participação de cinco centrais sindicais no ato (CUT, Força Sindical, CGTB, CTB e Nova Central). “A união das centrais é histórica. Agora os trabalhadores participam e são ouvidos pelo governo e por isso conquistamos itens como a valorização do salário mínimo e redução na tabela do imposto de renda. O governo anterior e mesmo o de São Paulo têm visões preconceituosas do movimento sindical. Somos recebidos com a polícia e a tropa de choque”, explica.
Para Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, que participou do evento, a assembleia é uma importante demonstração da unidade da classe trabalhadora. “Varias centrais participaram, o que representa um alto grau de unidade e amadurecimetno dos trabalhadores fundamental para que nossas reivindicações sejam levadas a serio”, avalia.
Carlão explica que um dos objetivos dos trabalhadores expresso na Agenda da Classe Trabalhadora é mudar o foco do debate público do crescimento econômico para a busca de um real desenvolvimento social, com inclusão, geração de empregos e distribuição de renda.
“As manchetes dizem que o PIB vai crescer, mas isso pode acontecer com contração de renda e corte de postos de trabalho. A riqueza do país precisa ser distribuída e isso acontece com aumento do poder de compra dos trabalhadores e geração de emprego”, afirma. “Nesse sentido, é muito importante ter crédito mais barato e direcionado para políticas que possam de fato gerar emprego e renda. Para isso, é fundamental o que está colocado na plataforma sobre um outro sistema financeiro, com fortalecimento dos bancos públicos”, defende.