Banco espanhol desrespeita emprego em plena greve dos bancários
O Santander está demitindo funcionários que estão entrando para trabalhar e furando a greve nacional dos bancários. Várias denúncias chegaram à Contraf-CUT, evidenciando o desrespeito do banco espanhol com o Brasil e os brasileiros.
Na última quarta-feira (9), a GA de uma agência em Duque de Caxias, no interior do Estado do Rio de Janeiro, solicitou uma funcionária (caixa) em greve para voltar ao trabalho e fazer o pagamento dos idosos do INSS que venham a ter problemas com renovação de senha e troca de cartão, que só podem ser resolvidos no interior do estabelecimento.
A gestora só esperou a colega “bater o ponto” para entregar uma carta de demissão. “É uma demissão imoral”, criticou o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. “Duvido que uma maldade dessas seja feita na Espanha”, protesta o funcionário do banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
“Quando entramos em greve, o contrato de trabalho é suspenso, daí o banco não pode fazer demissões, mas se o funcionário entra e ‘bate o ponto’ essa condição automaticamente deixa de existir”, explica o funcionário do Santander e diretor do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, Gentil Ramos.
Outra gerente foi demitida ao entrar numa agência em Nova Iguaçu, também no Estado do Rio. Ela, porém, “não bateu o ponto”. A dispensa ocorreu numa unidade que está inclusive ameaçada de fechamento. Gentil entrou em contato com o banco, mas nada foi resolvido.
Houve ainda demissões de vários gerentes no Paraná também durante a greve, segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba, o que mostra a irresponsabilidade social do banco. É também uma prática antissindical intolerável do Santander.
Mais de 3 mil cortes de empregos em um ano
No primeiro semestre de 2013, já foram fechados 2.290 postos de trabalho em todo país. Em relação ao quadro do banco em junho de 2012, a redução foi de 3.216 funcionários.
No entanto, o Santander teve lucro líquido gerencial de R$ 2,929 bilhões no primeiro semestre e o Brasil continua sendo o responsável pela maior fatia do lucro mundial do banco espanhol, com 25% de participação no resultado total do grupo.
Luta por mais contratações
“Cobramos o fim das demissões imotivadas, da rotatividade e das terceirizações no banco, bem como mais contratações para melhorar as condições de trabalho e garantir um atendimento de qualidade aos clientes e à população”, destaca Ademir. “Não é à toa que o Santander foi heptacampeão em agosto no ranking de reclamações de clientes no Banco Central”, conclui.