Bancários do BB de Brasília aprovam indicativo de greve de 24h no dia 30

Assembleia foi realizada na Praça do Cebolão

Indicativo de greve de 24 horas na próxima terça-feira (30). É essa a resposta dos bancários e bancárias do Banco do Brasil às práticas antissindicais e antidemocráticas da direção da instituição financeira, que vem promovendo uma série de ataques ao funcionalismo, como os descomissionamentos arbitrários, as demissões sem justa causa, as metas abusivas, a falta de funcionários e o novo plano de funções, implantado de forma unilateral pelo banco. A decisão foi aprovada por unanimidade pelos trabalhadores presentes à assembleia específica realizada na noite desta quinta-feira (25), na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul (SBS).

Na segunda-feira (29), haverá nova assembleia, às 19h, também no SBS, para ratificar a decisão desta quinta e preparar a greve de 24 horas da terça.

“Não permitiremos, em hipótese alguma, que a direção do BB ataque nossos direitos conquistados na última década. Nossa mobilização, unidade e força são as maiores armas para enfrentar todas as ameaças do banco. Por isso, contamos com a adesão de todos na paralisação de 24 horas da próxima terça-feira”, afirmou o diretor do Sindicato, Eduardo Araújo, que também é bancário do BB.

Desesperados com a greve, o presidente e os vice-presidentes do Banco do Brasil mandaram publicar, na manhã desta quinta-feira (25), mesma data da realização da assembleia, um boletim pessoal incitando os funcionários a comparecerem às assembleias sindicais para rejeitar a greve de 24 horas do dia 30. A mensagem pessoal não disfarça seu objetivo autoritário, mandando os funcionários refletirem sobre o plano de funções e a atividade convocada pelos sindicatos.

Mobilização nacional

A greve no dia 30 é nacional e faz parte do calendário de lutas definido pelo Comando Nacional dos Bancários durante reunião realizada em fevereiro. Sindicatos em todo o país fazem assembleias também nesta quinta-feira para deliberar pela deflagração da paralisação de 24 horas.

BB ameaça sindicatos e funcionários

Na sequência, o boletim do banco escancara a ameaça aos sindicatos e funcionários, dizendo que vai combater o direito de greve e de livre manifestação garantidos pela Constituição Federal. Seguindo a atual política da direção do banco, o texto termina truculento, dizendo que não negocia o plano de funções definido pela direção da instituição financeira, sugerindo que os 120 mil funcionários devem calar a boca e aceitar o plano porque ele seria maravilhoso.

“Os bancários e bancárias do BB que quiserem lutar por mudanças na gestão do BB devem participar da greve da próxima terça-feira 30. Chegou a hora de mostrar aos diretores do BB quem são os verdadeiros responsáveis pelos lucros e pela consolidação do maior banco do país”, destacou o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Rafael Zanon, que também é bancário do BB.

Por que o funcionalismo deve participar da greve

Implantado sem negociação com os trabalhadores, o novo plano é repleto de perversidades. Para um grupo da Direção Geral (DG), o banco alterou unilateralmente a carreira, mantendo o desrespeito à jornada de 6 horas, e ainda exigiu a assinatura, em um “termo de adesão voluntário”. Para outro, extinguiu a carreira e submeteu os trabalhadores ao “limbo” dos processos seletivos viciados, observados em várias diretorias, concorrendo com o nepotismo e o apadrinhamento dos gestores de plantão.

Além do mais, dividiu o grupamento da Diretoria de Tecnologia (Ditec) e submeteu 25% dos seus trabalhadores às mesmas regras da DG, obrigando a sua maioria à adequação à jornada de 6 horas com redução salarial, sem direito de escolha ou adaptação. Para um grupo que abarca 20% do funcionalismo em unidades de apoio e negócios, os cargos estão em extinção, com opção de migração, mas com a redução salarial implantada de forma totalmente absurda, o que refletiu em toda a composição da remuneração do BB e traz prejuízos para o conjunto dos trabalhadores. Isso porque, além de reduzir os salários nas funções convertidas para a jornada legal de 6 horas, diminui a verba de gratificação de todas as funções, sejam de ‘confiança’, sejam ‘gratificadas’.

Diante das condições precárias das agências, os bancários e bancárias do BB lotados nessas unidades também devem aderir com força total à greve da próxima terça-feira 30. “Com tantas metas, cobranças, mensagens e ligações fora do horário de trabalho e transferências unilaterais, os trabalhadores das agências também precisam mostrar unidade neste momento”, afirmou o secretário de Comunicação e Divulgação do Sindicato, Jeferson Meira, que também é bancário do BB.

O funcionalismo realizou três dias nacionais de luta – 7 e 20 de fevereiro e 20 de março -, e paralisações relâmpagos, mas isso não fez o banco se movimentar na direção de um diálogo respeitoso.

Participe do Congresso dos Funcionários do BB

Antes da greve do próximo dia 30, o Sindicato convoca todo o funcionalismo para participar, neste sábado 27, do Congresso Distrital dos Funcionários do BB, espaço aberto pelo Sindicato onde os trabalhadores poderão colaborar com o fortalecimento da mobilização.

Confira o calendário de mobilização no BB:

27 de abril – Congresso Distrital dos Funcionários do BB

29 de abril – Assembleia para deliberação final sobre a greve no dia 30

7 de maio – Assembleia para deliberar sobre instalação de Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) sobre 7ª e 8ª horas

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